Hoje assinala-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos, data que marca a adoção da Declaração Universal das Nações Unidas, em 1948, e que relembra ao mundo algo essencial: os direitos fundamentais não são uma conquista garantida, são um compromisso permanente.
Setenta e seis anos depois, o espírito fundador da Declaração continua tão urgente quanto visionário. A promessa de dignidade, liberdade e igualdade para todos os seres humanos permanece, em demasiados lugares, por cumprir. Guerras que se prolongam sem horizonte, refugiados ignorados, discriminações que persistem, pobreza que limita vidas, discursos de ódio que voltam a ganhar espaço — os desafios de hoje são o espelho inquietante daquilo que o mundo jurou impedir.
Este dia não é, por isso, apenas um exercício de memória. É um apelo à ação.
A defesa dos direitos humanos não cabe apenas a instituições internacionais ou governos; cabe também a cada comunidade, a cada organização, a cada cidadão. É um gesto diário: na forma como acolhemos o outro, como garantimos igualdade de oportunidades, como protegemos quem é vulnerável, como denunciamos injustiças, como promovemos a paz e o respeito mútuo.
Num tempo em que a velocidade das crises ameaça banalizar o sofrimento humano, importa reafirmar que nenhum progresso económico, tecnológico ou político tem valor se abandonar a dignidade das pessoas. A humanidade mede-se pelo modo como tratamos cada vida, sobretudo as mais frágeis.
Hoje, 10 de dezembro, renovemos o compromisso que deu origem à Declaração Universal: o de construir um mundo onde ninguém tenha de lutar para ser reconhecido como igual. Que este seja um dia de reflexão, mas sobretudo de responsabilidade. Porque os direitos humanos não são apenas para celebrar são para garantir, todos os dias.
O diretor,
Paulo Silva Reis
