Só este ano, que ainda mal começou, registaram-se ataques à página de internet da Assembleia da República, ao Grupo Impresa (SIC e Expresso), à Cofina e agora à Vodafone.

Depois dos ciberataques que têm ocorrido duante esta semana em Portugal, nomeadamnete com a Vodafone, na madrugada de terça-feira, e no dia seguinte com a tentativa ao Grupo Visão e hoje com os laboratórios Germano de Sousa, é necessário reforçar alguns alertas junto dos consumidores, para terem uma presença informada e segura no meio digital.

O Portal da Queixa referiu, esta manhã em comunicado, que é preciso alertar os consumidores para a construção de “uma forte literacia digital”. De acordo com a informação avançada, os ataques informáticos aumentaram durante a pandemia.

Ainda, segundo os dados mais recentes do Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-Geral da República (PGR), as denúncias de cibercrimes duplicaram em 2021, chegando às 1.160, mais do dobro do que no ano anterior (544). O Portal da Queixa registou a mesma tendência crescente através das reclamações recebidas na sua plataforma, só relativas a burlas online foram mais de 6.000 no ano passado.

Devido a este aumento de ataques informáticos, o Portal da Queixa revela dicas essenciais para os consumidores circularem de forma segura no mundo digital.

O primeiro passo começa por criar passwords seguras e atualizá-las regularmente: ter a mesma password para tudo é ser um alvo fácil. Hoje em dia, existem plataformas seguras – como o Lastpass ou o 1password, por exemplo – onde podes guardar as tuas passwords, e assim evitar usar sempre a mesma. Pode ainda aceitar as passwords geradas pelo Google e guardá-las em plataformas para o efeito.

Depois as atualizações de software não devem ser ignoradas: Demora apenas alguns minutos, e é uma importante ação que vai permitir atualizações de segurança e das configurações de privacidade. Contribui para a segurança, não só, de quem está a trabalhar remotamente, bem como, para a proteção da empresa de que faz parte.

O Portal da Queixa destaca também o “Emissor duvidoso”, com mensagem de alerta. Nunca se deve abrir este tipo de mensagens de remetentes ou números desconhecidos, sobretudo se convidam a abrir um link ou a partilhar dados pessoais. As mensagens de alerta (supostas dívidas, pagamentos em atraso, alerta de cancelamentos) são uma prática comum em ataques de phishing. Apesar de intimidar ou gerar curiosidade, nunca abrir nenhum link suspeito e nunca partilhar dados pessoais. No caso dos emails, e tal como alerta a Autoridade Tributária, confirmar sempre o remetente de um email que receba e que pareça duvidoso.

Marca ou entidade conhecida, mas com mensagem estranha: se receber uma mensagem de alguma entidade ou marca reconhecida que convida à abertura de um link, não abra. No caso dos websites, certifique-se sempre de que são verdadeiros e não duplicados. Uma forma fácil de comprovar se o site é fidedigno e seguro é perceber se este tem Certificado SSL (se o site tem HTTPS e um cadeado na barra do endereço). Para comprovar a sua segurança, passe o rato por cima da hiperligação para ver o URL completo, avaliando assim a confiabilidade do conteúdo.

Ataques via redes sociais: a duplicação de perfis de marcas, celebridades ou influencers é real e cada vez mais comum. Existem perfis falsos de “Giveaways” que levam as pessoas a deixarem os seus dados pessoais ou cartão de crédito em plataformas desconhecidas. Existem perfis que enviam mensagem em massa a anunciar que foi o vencedor ou mesmo os que oferecem produtos diretamente. Em todos eles há algo que os denuncia: por norma, o discurso é duvidoso, tem erros de português, já que muitas vezes a tentativa de ataque é feita por hackers internacionais e que pedem sempre dados do cartão de crédito ou para subscrever alguma plataforma que leve à partilha de tal informação.

Fraude bancária, se foi vítima de phishing alerte o seu banco: os bancos já estão atentos a situações de fraude, motivo pelo qual têm vindo a criar, cada vez mais, mecanismos de segurança na ativação de cartões. No entanto, a duplicação de cartões ou o extravio de dados ainda é um problema por resolver. Se foi vítima de phishing, cancele imediatamente todos os teus cartões e alerte o teu banco sobre o sucedido.

Relativamente aos sites falsos, o Portal da Queixa alertou, em janeiro, um aumento de reclamações que denunciavam sites falsos que usavam o nome da marca de vestuário Tiffosi, num esquema semelhante ao que já tinha sucedido à Stradivarius, em novembro do ano passado. Este último, voltou a ser denunciado recentemente, com múltiplas queixas de pessoas burladas através de websites falsos das marcas do grupo Inditex, como a Zara, Pull&Bear, Massimo Dutti e onde consta também a Stradivarius.

Jornalista: Rita Teixeira

Foto: Getty Images

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