Perante os danos causados pelos recentes incêndios florestais, a RefCast – Associação Portuguesa da Castanha lançou um apelo urgente aos produtores de castanha, numa tentativa de mitigar os efeitos do fogo sobre os soutos e recuperar as árvores afetadas.
“Vamos tentar ajudar os nossos castanheiros a recuperar. Poderá nem tudo estar perdido”, refere a comunicação enviada aos associados, na qual se sublinha a capacidade de resiliência do castanheiro ao fogo. Segundo a RefCast, esta espécie apresenta uma “grande capacidade de rebentação de touça”, o que pode ser determinante para salvar árvores jovens sem necessidade de replantação.
Nos castanheiros adultos, com copas mais altas, a associação acredita que os danos podem ter-se limitado à folhagem e ramos mais novos. Além disso, lembra que o souto, enquanto ecossistema, reduz naturalmente a intensidade do fogo no seu interior, o que poderá ter protegido muitas árvores.
Contudo, a RefCast admite que “infelizmente, a produção deste ano está perdida”. A prioridade agora é estimular o crescimento das árvores afetadas, com uma ação imediata no terreno. A associação recomenda dois passos fundamentais: Regar abundantemente debaixo da copa de cada castanheiro, sem deixar que a água escorra para os vizinhos e Aplicar 300 gramas de Nitrolusal 20,5% (adubo azotado) por castanheiro adulto.
A ação rápida e coordenada poderá fazer a diferença entre perder ou salvar milhares de castanheiros em Portugal. O apelo final da RefCast é claro: “Não podemos desistir!”. Este esforço poderá ser decisivo para preservar os soutos portugueses, não só pela sua importância económica, mas também pelo seu valor ambiental e cultural.
Jornalista: Vitória Botelho