O risco de incêndio volta a estar no centro das preocupações em grande parte do país. De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), mais de 40 concelhos encontram-se esta quinta-feira em perigo máximo, com particular incidência nos distritos de Bragança e Vila Real, onde as condições meteorológicas têm aumentado a vulnerabilidade dos territórios a ignições.
No distrito de Bragança, onde a mancha florestal é extensa e a ocupação do solo favorece a propagação rápida das chamas, vários concelhos estão classificados no nível mais elevado de alerta. Situação semelhante regista-se em Vila Real, marcado por áreas de floresta densa e zonas de difícil acesso, que complicam eventuais operações de combate.
Para além do interior norte, o IPMA destaca ainda concelhos dos distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Faro. Em todos eles, o perigo é considerado máximo. Outros territórios do interior centro, norte e Algarve surgem classificados com risco muito elevado, o segundo patamar mais grave na escala de cinco níveis definida pelo Instituto.
O cálculo do perigo de incêndio rural resulta da conjugação de vários fatores meteorológicos, incluindo a temperatura do ar, a humidade relativa, a velocidade do vento e a precipitação registada nas últimas 24 horas. Ainda assim, o IPMA antecipa algum alívio para os próximos dias: na sexta-feira e no sábado, o perigo deverá desagravar ligeiramente, embora se mantenha significativo em diversas regiões.
No que toca às previsões meteorológicas, esta quinta-feira deverá ficar marcada por períodos de céu muito nublado e por chuva fraca e dispersa até ao final da manhã, sobretudo nas regiões norte e centro, com maior probabilidade no litoral. Já no final do dia, a instabilidade atmosférica poderá regressar ao Minho. O vento, por sua vez, sopra fraco a moderado de oeste/noroeste, mas poderá atingir rajadas até 60 km/h na faixa costeira a sul do Cabo Raso e nas terras altas do centro e sul, especialmente durante a tarde.
Com o interior norte a figurar novamente entre as zonas mais críticas, as autoridades reforçam o apelo à prudência. A conjugação de vegetação seca, vento e temperaturas elevadas mantém os distritos de Bragança e Vila Real sob especial atenção, num período em que o risco de ignições permanece elevado e qualquer descuido pode transformar-se em tragédia.
Jornalista: Edgar Pedreiro
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