De modo mais acentuado no tempo quente e seco, ou seja no verão, são frequentes e até, nalgumas situações, arrepiantes, as notícias/reportagens dando conta de incêndios de maior ou menor gravidade, neste ou naquele local.
Recentemente, o Nordeste Transmontano foi foco de um grande incêndio, que queimou e devastou muitos hectares de com plantações diversas, chegando a causar estragos consideráveis em zonas habitacionais. Foi, na verdade, um grande drama e perda significativa do nosso património biológico.

Este incêndio devastador foi mais um exemplo negativo do que tem vindo a acontecer nosso país, neste contexto.
Estas tristes realidades, que todos, ou quase todos, digo eu, lamentam, sobretudo tendo em a forma como se propagam e evoluem, bem como as consequências nefastas que delas resultam, acabam por ter um efeito mediático surpreendente, com jornalistas e comentadores a adotarem os discursos mais diversificados, às vezes disparatados, quase sempre repetitivos e pouco criativos, de eficácia pedagógica duvidosa.

Mobilizam-se meios, tantas vezes exagerados, porque mal coordenados, para o “Zé-povinho ver”, discute-se muito quando os “desastres” acontecem e à sua dimensão, mas pouca atenção se dará às respetivas causas. Ou seja à verdadeira raiz dos problemas.
Fica até a ideia de que interessará mais tentar remediar do que prevenir. A quem, como e porquê, isso fica, como tantas outras coisas na sociedade em que vivemos, encoberto, de forma camuflada e pouco clara, como o fumo que perturba a vista e limita o olhar.
A posição de simples observador, leva-me, por vezes, a pensar sobre a razão e os interesses levam os responsáveis pelo setor, a não se empenharem num trabalho sério e sustentado ao nível da prevenção, mas apostem numa movimentação de meios sem o devido planeamento, quando os incêndios se propagam.
Há dias, para além de outros aparatos circunstanciais, verifiquei, uma vez mais, que também se utilizavam, no combate ao incêndio, máquinas de rastos e outras, para abrir acessos/passagens e corta fogos. Muito bem. Como diz o povo “em tempo de guerra não se limpa armas”.
Todavia, este tipo de trabalho seria bem mais rentável e eficaz, se fosse devidamente planeado e realizado noutra altura, num contexto preventivo.
Mais importante do atacar os incêndios é, obviamente, preveni-los. E se alguma coisa tem sido feita, até para o “português ver”, pois há ainda muita por fazer.

Entre muitas outras medidas a adotar, seria, por exemplo, organizar um programa de ocupação e valorização de dependentes de apoios sociais, com capacidades físicas para trabalhos de limpeza de florestas e arborização, responsabilizar os proprietários de terras abandonadas, sobretudo quando delas recebem subsídios agrícolas, pelos respetivos cuidados, armazenar mais água através da construção de pequenas barragens no interior do parque florestal e não só, implementar uma política agrícola motivadora do cultivo/produção e consequente escoamento dos produtos, maior rigor nos contratos públicos inerentes à atividade de combate aos incêndios e em toda a sua envolvência, etc!…

E, já agora, dado os bons resultados que se verificaram em Bragança, sobretudo na área da serra de Nogueira, há uns anos atrás, seria interessante o recurso à mão de obra prisional para manutenção e limpeza de espaços florestais, num contexto sustentável de continuidade. Para além do trabalho educativo, haveria ganhos ao nível da reinserção social, laboral, e ambiental.
De salientar, neste contexto, que a Câmara Municipal de Bragança, e bem, continua a recorrer ao trabalho de reclusos para limpeza de espaços públicos no concelho, sobretudo no contexto urbano.

Artigo escrito por Nuno Pires

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