A líder da oposição venezuelana María Corina Machado foi distinguida com o Prémio Nobel da Paz de 2025, anunciou na quinta-feira (9) o Comité Nobel Norueguês em Oslo. Segundo a organização, o galardão reconhece o seu “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e na luta por uma transição pacífica da ditadura para a democracia”.
Nascida em Caracas em 1967, María Machado destacou-se na política venezuelana como deputada da Assembleia Nacional entre 2011 e 2014, período em que chegou a ser detida durante uma manifestação contra o governo de Nicolás Maduro. Em 2024, foi impedida de concorrer à presidência do país e acabou por apoiar outro candidato opositor, cuja vitória foi bloqueada pelo governo. Desde então, vive na clandestinidade, mantendo-se ativa na luta pela democracia.
O Comité Nobel elogiou a coragem de María, descrevendo-a como “uma defensora da paz corajosa e comprometida, que mantém acesa a chama da democracia em meio a uma escuridão crescente”. A cerimónia de entrega do prémio decorrerá a 10 de dezembro, em Oslo, Noruega, enquanto as outras categorias do Nobel, como Medicina, Física, Química, Literatura e Ciências Económicas, são anunciadas e entregues em Estocolmo, Suécia.
Cada premiado recebe cerca de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente 1 milhão de euros), valor que pode ser partilhado entre até três vencedores. O Prémio Nobel da Paz já foi atribuído a 111 pessoas e 28 organizações, incluindo o Comité Internacional da Cruz Vermelha, premiado três vezes, e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, distinguido duas vezes.
A distinção de María Corina Machado reafirma o papel de destaque da Venezuela na luta pelos direitos democráticos e coloca a líder oposicionista entre os exemplos mais significativos de coragem civil na América Latina contemporânea.
Jornalista: Vitória Botelho
Foto: Juan Barreto/AFP/Getty Images