O palco estava preparado para receber a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, mas a governante acabou substituída pela Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo. Ainda assim, a ausência da ministra não travou a contundência do discurso do Presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, que aproveitou a sessão de abertura da iniciativa “NORTE 2030 – Saúde Mais a Norte” para reiterar críticas e exigir respostas concretas para os problemas que afetam o hospital flaviense.

A sessão, promovida pela CCDR-NORTE e pela Autoridade de Gestão do NORTE 2030, realizou-se esta segunda-feira, 3 de novembro, no Aquanatur Palace, em Chaves. O encontro, que visou apresentar o balanço das estratégias e investimentos do NORTE 2030 na área da Saúde, contou com representantes de várias entidades públicas, entre as quais a Direção Executiva do SNS, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e as Unidades Locais de Saúde (ULS) da região Norte.

Mas o momento mais marcante da sessão foi, sem dúvida, o discurso do autarca flaviense, que não poupou nas palavras ao descrever o cenário de carências vivido na Unidade Hospitalar de Chaves, integrada na ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro.

“TEMOS BLOCOS OPERATÓRIOS, MAS FALTA CAPACIDADE CIRÚRGICA”

Perante a plateia, Nuno Vaz recordou que o hospital local está hoje e tal como noticiou o Canal N, sem serviços de Ortopedia e Cirurgia em pleno funcionamento, e denunciou a ausência de urgência e internamento pediátrico.

“Temos blocos operatórios prontos, mas falta capacidade cirúrgica. Falta urgência e internamento pediátrico. Falta ainda colocar em funcionamento os cuidados intermédios”, afirmou o autarca.

Nuno Vaz lembrou ainda que a unidade de cuidados intermédios está “concluída há mais de um ano, totalmente equipada”, mas “à espera que a senhora ministra recrute os recursos humanos necessários” para poder abrir portas.

As declarações surgem num contexto de profunda insatisfação da população e de alertas sucessivos das autarquias e profissionais de saúde sobre a fragilidade dos serviços prestados na região do Alto Tâmega e Barroso.

EVENTO DESTACOU INVESTIMENTOS, MAS AUTARCA PEDIU “RESPOSTAS NO TERRENO”

A sessão “NORTE 2030 – Saúde Mais a Norte” teve como objetivo apresentar resultados e testemunhos de beneficiários dos projetos apoiados pelos fundos europeus e incluiu ainda uma experiência imersiva e multissensorial dedicada à evolução da saúde pública no Norte.

O encontro terminou com a assinatura de um protocolo que formaliza a criação da Rede Temática Regional para a Saúde Pública e Cuidados Assistenciais do Norte de Portugal, iniciativa que pretende reforçar a coordenação entre instituições e melhorar a resposta do SNS no território.

Contudo, o discurso de Nuno Vaz expôs o contraste entre o discurso político de planeamento estratégico e a realidade vivida pelos utentes.

“É tempo de passar das palavras à ação. O que falta em Chaves não é investimento, é execução e decisão política”, sublinhou o edil.

UMA REGIÃO QUE NÃO SE CALA

O Hospital de Chaves tem sido, nos últimos meses, símbolo das dificuldades do interior norte: falta de especialistas, encerramento temporário de serviços e demoras na resposta hospitalar têm gerado indignação entre os utentes e autarcas locais.

Para Nuno Vaz, as promessas não chegam. O autarca quer datas, compromissos e soluções concretas.

“A região do Alto Tâmega e Barroso precisa de respeito. Os equipamentos estão prontos. O que falta é vontade política para os fazer funcionar”, rematou.

Enquanto isso, a ausência da Ministra da Saúde foi lida por muitos como um sinal político pouco feliz, num momento em que Chaves se tornou símbolo das falhas e das esperanças no sistema de saúde do interior.

Por agora, a promessa de investimento e cooperação feita em Chaves fica marcada por um apelo firme do autarca: que o Norte, e em particular o interior, deixem de ser apenas território de discursos e se tornem verdadeiramente prioridade nacional.

A Redação,

Foto: DR

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