O fotógrafo Raúl Silva Pereira, natural de Chaves, tem vindo a afirmar-se como um dos artistas transmontanos mais sensíveis e autênticas da nova geração. Depois de encantar o público com a exposição patente no Cineteatro Bento Martins, entre 12 de setembro e 31 de outubro de 2025, o autor prepara agora o lançamento da sua primeira obra fotográfica em exclusivo, intitulada “Chaves — Instantes em detalhes”, cuja apresentação está marcada para o dia 21 de novembro, às 17h30, na Biblioteca Municipal de Chaves.
A mostra, que esteve patente e foi promovida pelo Teatro Experimental Flaviense, convidou o público a “viajar por Portugal através da lente” do artista, numa exposição que combinou técnica, emoção e narrativa visual. Cada fotografia, impregnada de luz e melancolia, revela o olhar atento de quem encontra na simplicidade do quotidiano um universo de significados.
Licenciado em Ensino Básico – 1.º Ciclo, Raúl Silva Pereira descobriu ainda na adolescência a sua verdadeira vocação. Começou pelas paisagens, mas foi na fotografia de rua que encontrou o seu espaço natural, inspirado por mestres como Henri Cartier-Bresson, Robert Doisneau e Sebastião Salgado. A rua tornou-se o seu palco, e a humanidade, o seu tema maior.
“A fotografia tornou-se a minha verdadeira paixão e a forma mais autêntica de expressão artística”, confessa o autor, que faz da sua câmara uma extensão do olhar e da memória.
O estilo de Raúl Pereira é reconhecível pela nostalgia poética que atravessa as suas imagens, lugares e rostos anónimos capturados num instante que parece suspender o tempo. Essa mesma essência percorre as páginas do seu primeiro livro, “Chaves — Instantes em detalhes”, uma homenagem sentida à cidade que o viu crescer e à beleza escondida nos seus gestos quotidianos.
O volume, editado pela God Publishing, com o apoio do Município de Chaves e do seu presidente, Nuno Vaz, reúne fotografias inéditas captadas ao longo de meses de caminhada pelas ruas da cidade. Cada imagem é acompanhada por poemas de Luís Filipe Teresinho, Nilza Gonçalves e Joana Ramos Maggi, numa fusão entre palavra e imagem que traduz a alma flaviense em toda a sua profundidade.
“Durante meses caminhei por Chaves com a câmara na mão, à procura de pequenos detalhes que contam grandes histórias. Este livro é a concretização de um sonho”, partilhou o autor, emocionado.
Com esta dupla celebração, exposição e livro, Raúl Silva Pereira confirma-se como um dos nomes mais promissores da fotografia contemporânea regional, conjugando sensibilidade artística, rigor técnico e uma profunda ligação às origens.
Em cada fotografia, um instante. Em cada detalhe, um pedaço da alma de Chaves.
A Redação,
Fotos: DR
