País e região rendem homenagem ao papel histórico de Amândio Anes de Azevedo na democracia
Faiões, pequena aldeia do concelho de Chaves, viu esta semana um dos seus nomes maiores voltar a ser reconhecido ao mais alto nível do Estado português. Amândio Anes de Azevedo, figura central da vida política nacional nas primeiras décadas pós-25 de Abril, foi condecorado pelo Presidente da República, um gesto que motivou também felicitações públicas do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
A distinção distingue um percurso “de contributo político-cívico histórico para a democracia”, nas palavras do ministro, que destacou ainda o papel pioneiro de Amândio de Azevedo na diplomacia europeia: foi o primeiro português a exercer funções diplomáticas comunitárias e o primeiro representante plenipotenciário europeu em Brasília, em 1987, num período decisivo de afirmação das Comunidades Europeias no mundo.
O reconhecimento nacional surge poucos meses depois de Faiões ter homenageado o seu conterrâneo com a atribuição do seu nome ao espelho de água no largo da ponte, gesto simbólico que sublinhou o orgulho local por uma figura que marcou profundamente a vida política do distrito e do país. As homenagens, entretanto, multiplicam-se “de todos os quadrantes da sociedade”, refletindo o mérito e a relevância da sua intervenção pública, sobretudo na década que se seguiu à Revolução de Abril.
Natural de Faiões, Amândio de Azevedo teve um papel decisivo na implantação democrática no norte do país. Encabeçou as listas do PPD/PSD e da Aliança Democrática pelo círculo de Vila Real nas eleições legislativas de 1976, 1979, 1980, 1983 e 1985, afirmando-se como uma das vozes mais influentes do partido na região. Entre 1983 e 1985 ocupou o cargo de ministro do Trabalho, em governos que atravessaram um dos períodos políticos e económicos mais exigentes da jovem democracia portuguesa.
Com esta condecoração presidencial, o país volta a reconhecer a importância histórica do faioense que levou o nome de Vila Real, de Chaves e de Trás-os-Montes além-fronteiras, tanto na arena política nacional como na construção da presença europeia no mundo. Azevedo, que há muito integra o grupo das figuras marcantes da democracia portuguesa, vê assim reforçado um legado que continua vivo tanto na memória coletiva da região como na história recente do país.
A Redação,
Fotos: DR






















