Portugal registou um aumento médio de 10% nos preços dos seguros de saúde, valor acima da média europeia, que se situa em cerca de 8,2%, e também superior à inflação projetada de 2,1% pelo FMI. Este crescimento reflete tanto tendências internacionais como fatores internos específicos do país.
Entre os principais motivos estão o envelhecimento da população, a maior procura por cuidados privados em detrimento do SNS, o aumento da idade de reforma e o investimento crescente em tecnologias médicas avançadas. Patologias oncológicas, cardiovasculares, musculoesqueléticas, respiratórias e problemas de saúde mental têm sido os principais motores deste aumento.
Atualmente, cerca de quatro milhões de portugueses possuem seguro de saúde privado, com metade através de empresas e metade de forma particular. A procura tem continuado a crescer, mesmo com prémios elevados, impulsionada pela perceção de que o sistema público enfrenta dificuldades em responder a certas doenças graves.
Para controlar custos a médio e longo prazo, especialistas apontam soluções como o reforço da telemedicina, a promoção de rastreios preventivos, check-ups regulares e a inclusão de cuidados de saúde mental e bem-estar. Ajustes nos planos, como co-pagamentos e franquias, também podem ajudar a distribuir o impacto financeiro entre empresas e colaboradores.
Globalmente, os custos com saúde seguem tendência de crescimento, com regiões como Médio Oriente e Ásia-Pacífico a registar aumentos superiores à média mundial de 9,8%. Apesar disso, analistas apontam que, com maior controlo sobre sinistralidade e preços de prestadores, poderá haver alguma estabilização futura nos prémios em Portugal.
Jornalista: Vitória Botelho
Foto: DR



















