A presidente da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião manifestou preocupação com a situação vivida pelos pequenos produtores de vinho da Região Demarcada do Douro, alertando para um cenário de fragilidade económica e social que pode ter consequências graves para o território.
Durante a sua intervenção no mais recente Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Sílvia Silva destacou o sentimento de desigualdade sentido pelos concelhos durienses, que continuam a enfrentar dificuldades estruturais e falta de apoio efetivo por parte das instâncias centrais. Na sua perspetiva, a região permanece numa posição desfavorecida face a outras zonas do país, apesar da sua importância histórica, cultural e económica.
A autarca sublinhou ainda que os municípios têm limitações significativas na capacidade de resposta aos pedidos de ajuda feitos pelos viticultores, defendendo que a solução não pode depender apenas do poder local. Para Sílvia Silva, é essencial uma estratégia integrada que envolva o Governo, as entidades regionais e outros decisores públicos, de forma a garantir a sobrevivência da pequena viticultura.
O abandono progressivo das vinhas por falta de rentabilidade é outro dos riscos apontados, uma realidade que, além de afetar a economia local, pode comprometer a preservação da paisagem cultural classificada como Património Mundial pela UNESCO. A presidente da câmara alertou que a perda de quem trabalha e mantém o território coloca em causa esse reconhecimento internacional.
Sílvia Silva defendeu ainda a necessidade de uma atenção mais responsável ao mundo rural do Douro, frisando que a falta de medidas concretas pode conduzir a uma situação social dramática. Nesse sentido, apelou à criação de políticas que permitam às autarquias apoiar ativamente os agricultores, assegurando condições de vida dignas e a sustentabilidade futura da região.
Jornalista: Vitória Botelho
foto: DR



















