Por estes dias, Trás-os-Montes prepara-se para celebra a sua joia outonal com as Feiras da Castanha em Carrazedo de Montenegro e Vinhais.
Outubro pinta de cobre e castanho as encostas transmontanas. Nos soutos antigos, erguidos ao longo de séculos de dedicação, é tempo de colheita. Homens e mulheres curvam-se sobre o chão coberto de ouriços, recolhendo com paciência o fruto que simboliza o coração económico e cultural de Trás-os-Montes: a castanha.
A apanha da castanha é muito mais do que um trabalho agrícola , é um ritual de identidade. Nas aldeias de Carrazedo de Montenegro, em Valpaços, e em Vinhais, as famílias unem-se nos campos, perpetuando um saber transmitido de geração em geração. O som dos ouriços a abrir, o aroma da terra húmida e o convívio que acompanha a labuta criam uma atmosfera única, onde a tradição e a natureza se entrelaçam.
Com a chegada da Feira da Castanha, nos dias 7, 8 e 9 de novembro, Carrazedo de Montenegro e Vinhais tornam-se o palco maior desta celebração. São esperados milhares de visitantes, atraídos não só pelo sabor irresistível da castanha assada, mas também pela oportunidade de conhecer produtos locais, artesanato, gastronomia típica e as gentes que dão vida à região.
A castanha é, hoje, um dos pilares da economia transmontana. Portugal é um dos principais produtores europeus, e Trás-os-Montes contribui com uma fatia significativa da produção nacional. O fruto é exportado para vários países, gerando rendimento e fixando populações em territórios onde o despovoamento é uma ameaça constante. Além do valor económico, a castanha carrega um profundo significado cultural: representa a resiliência das comunidades rurais e a ligação harmoniosa entre o homem e a terra.
Entre soutos centenários e feiras que celebram o fruto do trabalho coletivo, a castanha continua a afirmar-se como símbolo de orgulho transmontano. Mais do que um simples produto agrícola, é memória, é sustento e é futuro.
A Redação,
Fotos: DR





















