Marca de excelência de Suçães (Mirandela), que exporta cerca de 90% da sua produção , conquistou cerca de uma dezena de prémios no último mês em concursos internacionais na Grécia, Japão, Alemanha e Estados Unidos da América.

O mercado externo é mesmo a grande aposta desta marca mirandelense que já representa cerca de 90 por cento da sua produção.
António Pavão, um dos proprietários dos azeites “Casa de Santo Amaro”, sublinha que apenas participam nos concursos que sigam as regras do conselho oleícola internacional, onde existe a prova cega que é efetuada por provadores profissionais.

As mais de 170 distinções, só nos últimos 10 anos, são para António Pavão “uma prova do reconhecimento da qualidade dos azeites que produz” e admite que “contribuem para a dinâmica de mercado da marca” que tem na exportação a sua grande aposta.
“Falando de dados de 2021, foi à volta dos 90 por cento para exportação, claro que esta predominância também está aliada a vários fatores como a covid, porque entre 2017 e 2019, o mercado português estava a crescer muito e chegou a representar 28 por cento do volume de vendas, mas em 202 e 2021, o mercado português foi onde perdemos o maior volume de negócios, mas felizmente compensamos com novos mercados. Entretanto, este ano, o mercado português muito impulsionado pelo turismo do Porto e Lisboa, está a crescer”, adianta.

Até ao início deste ano, os azeites Casa de Santo Amaro marcavam presença em 15 países. Um deles era a Ucrânia, um mercado que se perdeu. “Deixamos de exportar para a Ucrânia, aliás, perdemos uma carga que saiu daqui no dia 19 de fevereiro e nunca lá chegou e não fazemos ideia onde ela estará. Foi um prejuízo enorme”, refere António Pavão temendo que a guerra possa levar a que outros países periféricos, onde acontece o conflito, possam deixar de comprar o azeite do concelho de Mirandela. “O nosso principal mercado na Europa é a Polónia, e como está ali ao lado já notamos uma quebra de vendas também na Dinamarca, na Roménia e na Áustria, onde estamos presentes”, confessa.

Mas afinal, qual é o segredo para esta reconhecida qualidade dos azeites da Casa de Santo Amaro produzido pelas cerca de 30 mil oliveiras em Suçães? “São 300 dias no olival, para depois, em 60 dias, fazer a colheita no final de outubro quando está no estado perfeito, entre o verde e o maduro, para irmos buscar mais frescura, mais intensidade e antioxidantes e depois todo o processo no lagar, desde o transporte do olival em caixas ou palotes perfurados para não entrar em fermentação e uma, duas horas depois está em processamento no lagar, extraindo a frio mantemos os aromas naturais do sumo de azeitona. A acrescenta a isto, felizmente temos o meu irmão” (Francisco Pavão) “que é o azeitólogo responsável e que faz os blends de todos os nossos lotes”

O Praemium, o Prestige e o Biológico, são os azeites “Casa de Santo Amaro” mais distinguidos nos concursos internacionais. António Pavão descreve as principais características de cada um deles. “No caso Prestige, é mais à base de cobrançosa um azeite mais intenso, mas amargo e mais fresco. O Preamium é um azeite muito intenso com um fim de boca muito prolongado, com uma multiplicidade de aromas muito interessante e pouco picante. Já o azeite biológico, é um frutado verde ligeiro, harmonioso, com menos amargo um ligeiro verde e um ligeiro picante para harmonizar com pratos mais suaves”, diz.

Nas últimas três semanas, estes três azeites conquistaram perto de uma dezena de medalhas de ouro e prata nos concursos internacionais da Turquia, Grécia, Japão, Alemanha e Estados Unidos da América.

Jornalista: Fernando Pires

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