A candidata do CDS à câmara de Mirandela nas autárquicas deste ano, Helena Chéu, ouviu testemunhos na primeira pessoa de vários jovens daquele concelho sobre quais as medidas que devem ser adotadas pelo Município para tentar garantir a sua fixação e dessa forma estancar a sua saída para o litoral ou para o estrangeiro.

Foi o objetivo do Fórum sobre empreendedorismo jovem, promovido, no passado sábado, pela concelhia de Mirandela do CDS e da Juventude Popular.

Para Bruno Ferreira Costa, da Universidade da Beira Interior, orador convidado, não restam grandes dúvidas a ninguém que os sucessivos governos não têm cumprido o seu papel de criar políticas que permitam um desenvolvimento equilibrado de todo o território com claro prejuízo para o interior e que tem sido um fator determinante para a saída dos jovens para outras paragens.

Ora para tentar inverter esta situação, Bruno Ferreira Costa defende várias medidas a serem implementadas a nível central, mas também os próprios autarcas podem dar uma ajuda, desde logo na requalificação do parque habitacional. 

“Garantir aos jovens recém-formados que têm uma habitação a custos controlados para poderem criar aqui os seus projetos de vida. E tem de haver aqui um reaproveitamento das verbas que vêm dos quadros comunitários de apoio para garantir o apoio à criação do emprego, de microcrédito, a sustentabilidade que é feita nos vários setores empresariais onde os jovens procuram emprego, o contacto com o mundo empresarial para o estabelecimento de multinacionais e esse é um trabalho que compete aos agentes locais”, explica, sem esquecer a requalificação das escolas, deslocalização e descentralização de serviços centrais para o interior. “Fico chocado quando vejo que no distrito de Bragança não esteja pensada a ligação TGV com Madrid”, lamenta.

Neste fórum sobre empreendedorismo jovem, a principal preocupação manifestada pelos mais novos foi mesmo a falta de emprego. “Necessitamos dos jovens no interior, porque estamos a ficar com uma sociedade bastante envelhecida, e com esta iniciativa tentamos despertar o interesse dos jovens para que haja uma maior sensibilização dos mais novos para esta causa”, refere o líder da Juventude Popular de Mirandela preocupado com a falta de trabalho. 

“Tendo em conta que Mirandela é uma zona tão rica ao nível da indústria alimentar, seria importante criar novos postos de trabalho para a juventude, já que nós também podemos contribuir bastante para o desenvolvimento da região”, acrescenta Luís Policarpo.

Para a candidata do CDS à câmara de Mirandela nas autárquicas deste ano, a fixação dos jovens é uma das temáticas que considera prioritárias para o desenvolvimento do concelho e Helena Chéu garante que esta iniciativa permitiu um enorme contributo dos jovens para incluir várias ideias no programa eleitoral que irá apresentar em breve. É muito importante dar-lhes voz para nos darem a conhecer as suas dificuldades e saber o que eles perspetivam para o concelho que os viu nascer com a apresentação de algumas ideias que possam levar à sua fixação e ao regresso dos que tiveram de sair para outros locais”, adianta a candidata.

Outros seminários vão seguir-se com outras temáticas e descentralizados por várias freguesias, garante o líder da concelhia de Mirandela, José Mário Mesquita, que continua com um discurso de vitória. “Começamos mais tarde do que os outros, porque não tínhamos uma estrutura constituída e por isso é sempre mais complicado, mas está tudo a correr bem e temos candidatos ganhadores e que nos dão esperança de que é possível ganhar a câmara”. O otimismo do líder da concelhia do CDS a cinco meses das eleições autárquicas.

Jornalista: Fernando Pires 

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