Os capelães das Forças Armadas e das Forças de Segurança de Portugal reuniram-se esta quinta-feira, em Fiães, para celebrar o seu padroeiro, São João de Capistrano, num encontro de comunhão, reflexão e partilha. A iniciativa foi promovida pelo Ordinariato Castrense e presidida pelo Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Sérgio Dinis.
O encontro teve lugar na Igreja Paroquial de Fiães, terra natal do capelão anfitrião, Padre Benjamim Silva, recentemente reformado, que acolheu os participantes e conduziu a reflexão central do dia.
Sob o tema “Ser Capelão Hoje: Experiência e Desafios”, o Padre Benjamim Silva abordou a importância de viver a pastoral “de coração aberto”, destacando o compromisso, a entrega e os desafios de um serviço muitas vezes exigente. “Somos quase todos heróis”, afirmou, sublinhando que o capelão deve ser sinal de comunhão e proximidade, “seguindo o exemplo de um Deus que é comunhão de vida”.
Na sua intervenção, o sacerdote refletiu ainda sobre as rápidas mudanças na Igreja, que podem gerar “desconcerto”, sobretudo entre os mais velhos, apontando que “a âncora é o Senhor” e que é essencial escutar a Palavra e o silêncio. Defendeu uma comunicação autêntica — “sem corantes nem conservantes” — e alertou para o risco de valorizar a aparência em detrimento do ser.
Partilhando experiências em missões internacionais, o Padre Benjamim apelou a que se continue a acompanhar de perto os militares das Forças Nacionais Destacadas, numa “pedagogia de acolhimento e proximidade”. Concluiu a sua comunicação com um poema de São João Maria Vianney, expressando o desejo de continuar a servir, mesmo após a reforma.
No encerramento da conferência, D. Sérgio Dinis agradeceu ao Padre Benjamim pela sua “partilha de vida e entrega no serviço”, considerando “bendita a hora” em que foi escolhido para a palestra. O prelado abordou ainda temas da agenda do Ordinariato Castrense e sublinhou a importância da continuidade do testemunho dos capelães que entram na reforma.
A reflexão incluiu também uma meditação sobre a sinodalidade na Igreja, inspirada num texto do Cardeal Hume. O Padre Benjamim contrapôs duas imagens simbólicas: o “Castelo Fortificado”, representando uma Igreja fechada e defensiva, e o “Peregrino”, símbolo de uma Igreja em caminho, que tropeça mas avança em solidariedade. “Não podemos nunca deixar de escutar os peregrinos”, citou.
O encontro culminou com a celebração da Eucaristia, presidida por D. Manuel Linda, Bispo do Porto e antigo Bispo Castrense, e concelebrada por D. Sérgio Dinis.
A Redação,
Foto: DR



















