A concelhia de Mirandela do CDS/PP considera que a autarquia liderada por Júlia Rodrigues já está a começar mal o processo de inquérito que está a solicitar à população do concelho para a elaboração da agenda estratégica 2030.

Em comunicado, a comissão política liderada por Mário Mesquita questiona o Município, acerca de quais os mecanismos que tem para influir em alguns dos problemas citados na referida Agenda, nomeadamente: baixos salários; Pensões de reforma muito baixas; Falta de pessoas nas freguesias; Envelhecimento da população.

Entendem que “seria mais produtivo e eficaz, a definição de uma estratégia para a região por parte da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes”.

Estranham ainda que, sendo Mirandela um concelho predominantemente agrícola, “não exista uma única questão referente aos agricultores e à agricultura regional”, levando mesmo os centristas a colocar em causa uma das promessas eleitorais da atual autarca de Mirandela, da recuperação do complexo do Cachão, como pólo de desenvolvimento agro-industrial.

O CDS/PP entende ainda que os objetivos propostos com a realização deste inquérito, “incidem fundamentalmente na sede do Município e estão completamente desfasados dos problemas das freguesias rurais”, adianta o comunicado.
Já quando à defesa e promoção da “Alheira de Mirandela”, o CDS não entende a razão pela qual a Presidente da Câmara, “não solicita ao Governo socialista a descida do IVA deste produto de 23% para 6%, a par do que foi solicitado, pelo presidente da câmara de Vinhais”. Para os centristas, esta alteração teria um forte impacto positivo neste setor.

O CDS de Mirandela diz que “não se vislumbra qualquer interesse nesta Agenda, a não ser, o apoio político para a criação do próximo programa eleitoral do PS.”

As críticas também são direcionadas ao Governo socialista, com a concelhia do CDS a lembrar que “acaba de ser recusado o apoio solicitado pela CIM-Terras de Trás-os-Montes no montante de 200 000€ para a elaboração do Plano Estratégico para o Regadio de Trás-os-Montes e aprova idêntico apoio para o Regadio do Vale do Tejo e Oeste, no montante de 400 000€”.

O CDS-PP entende também que não é penalizando fiscalmente os pequenos e médios agricultores, com o aumento do IVA para os fertilizantes, que se consegue implementar a agricultura biológica.

Os centristas acusam o Governo de ir “a reboque do PAN, numa política de terra queimada contra a agricultura, que é a principal atividade económica desta região”.

Ainda assim, o CDS termina o comunicado referindo que está disponível “para participar ativamente na discussão séria de estratégias futuras para o concelho de Mirandela e para a região de Trás-os-Montes”.

O CDS de Mirandela a tecer críticas à agenda 2030, uma iniciativa da União Europeia que decidiu avançar com um conjunto de orientações destinadas a todos países e territórios, a que chamou de agenda estratégica 2030, para que sejam definidas as estratégias locais, nacionais e europeias de atuação, com o intuito de criar um verdadeiro projeto de desenvolvimento sustentável europeu convergente com as realidades dos vários países e regiões.
A autarquia de Mirandela já fez saber que pretende recolher o contributo dos mirandelenses nos próximos seis meses.

Para tal, a autarquia está a lançar inquéritos para “auscultar a população dando-lhes uma voz ativa no processo de construção da Agenda Estratégica 2030 para o concelho”, pode ler-se na nota que consta do sítio da internet da autarquia.
A ideia “passa por conseguir construir o melhor território para se viver, trabalhar, estudar e visitar, pelo que a opinião de quem vive no território conta”, diz o executivo. O inquérito está disponível em www.cm-mirandela.pt/p/agenda2030 e pode participar a população do concelho, com mais de 16 anos de idade. Os inquéritos são confidenciais e anónimos.

Para além disso, “também é possível responder ao inquérito que é distribuído, com o Boletim Municipal, a todos os interessados ao qual respondem enviando pelos CTT com porte pago”.

Nos próximos seis meses, “estão também previstas reuniões temáticas com responsáveis de instituições do concelho na cultura, educação, desporto, economia, empresas; entrevistas com responsáveis institucionais; realização de seminários com conferencistas, especializados, com o objetivo de nos ajudarem a refletir sobre os vários aspetos dos tempos que vivemos”;

Finalmente, num seminário, será tornada pública a Agenda Estratégica 2030.

Jornalista: Fernando Pires

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