Natural de Angola, mas transmontano de coração, Rui Augusto Teixeira encontrou em Chaves não apenas o lugar onde cresceu, mas também o berço da sua identidade gastronómica. Foi ainda muito jovem que despertou para a cozinha, curiosidade que viria a transformar-se numa carreira sólida e reconhecida no panorama da hotelaria nacional.
Formado na Escola Profissional de Chaves, o percurso de Rui Teixeira passou por várias unidades hoteleiras de referência em Portugal, onde desempenhou funções de cozinheiro, subchefe e Chefe de cozinha, consolidando uma experiência marcada pelo rigor técnico e pela valorização do produto. Hoje, assume o cargo de chef executivo do restaurante Maxi Leitão, em Chaves, espaço onde dá expressão plena à sua visão culinária.
É à mesa que o chef coloca Trás-os-Montes no centro da experiência gastronómica, reinterpretando produtos endógenos com uma abordagem contemporânea, sem nunca quebrar o elo com a tradição. A quadra natalícia, sublinha, tem um significado particular no seu trabalho, por ser um tempo profundamente ligado à memória e à partilha.
“O Natal vive-se à mesa, em torno da memória e da partilha”, afirma Rui Teixeira, explicando que nesta época privilegia ingredientes emblemáticos da gastronomia transmontana, como o polvo, presença habitual nas mesas da região. “Trabalho estes produtos da forma como sempre foram preparados nas nossas casas, no seio das famílias, mas dou-lhes uma roupagem mais atual, mantendo intacta a essência do sabor”, acrescenta.
Para o chef, cozinhar no Natal ultrapassa largamente o domínio da técnica. É, acima de tudo, um gesto de identidade, emoção e pertença. “Acredito que o Natal é isto: família, amigos e memórias partilhadas”, conclui, numa filosofia que se reflete em cada prato e que continua a afirmar Trás-os-Montes como um território de sabores autênticos, capazes de dialogar com o presente sem perder a alma.



















