O Conselho Nacional de Educação (CNE) diz que cerca de 20 mil alunos não conseguiram ser contactados pelos professores durante o primeiro confinamento em 2020.

Decorreu hoje a audição parlamentar sobre a recuperação de aprendizagens perdidas devido ao ensino online e a presidente do CNE, Maria Emília Bredorode Santos, alertou para o risco do abandono escolar devido ao ensino à distância.

Foi realizado um inquérito, pelo CNE, a todos os diretores – tendo-se obtido resposta de 63% – e concluiu-se que, em média, os professores não conseguiram contactar 2% dos alunos durante o primeiro confinamento.

“Houve alunos que caíram fora do radar das escolas, com os quais não foi possível estabelecer contacto ao longo de todo o período de encerramento das escolas”, alertou Maria Emília Bredorode Santos, que refere que estes alunos “já estavam em dificuldades, com insucesso e em risco de abandono. Por isso, recomendaríamos que recuperar esses alunos fosse a nossa primeira prioridade”, sublinhou.

O CNE admite que devem ser dirigidos apoios socioeconómicos e recursos humanos mais diversificados, como assistentes sociais, mediadores culturais ou psicólogos. Além dos referidos, entendem que se deve dar uma especial atenção aos alunos do 1º ciclo, promovendo uma maior cooperação nas salas de aula e menos horas de trabalho extra.

De acordo com a especialista, a acrescentar ao professor responsável pela turma, os alunos teriam mais um educador de infância ou docente. A solução passaria por escolher para essa função um estudante que estivesse em eminência de concluir a formação, mas que não tivesse conseguido fazer estágio devido à pandemia.

O CNE sugeriu, ainda, contratar professores reformados, como aconteceu com os médicos e enfermeiros em sequência da pandemia.

Durante o primeiro confinamento, 20 mil alunos não tiveram acesso à aprendizagem, devido à falta de contacto com os docentes.

Escrito por: Inês Fernandes

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