Amortização de 800 mil euros resolve problemas imediatos de tesouraria e garante pelo menos até ao fim do ano os tratamentos de cerca de 230 doentes renais transmontanas. 

Faz hoje, precisamente um mês que a administração da empresa que presta este serviço contratualizado pelo Serviço Nacional de Saúde denunciou que estava a atravessar uma grave crise financeira, resultante de uma dívida de quatro milhões de euros por parte de entidades estatais, que podia colocar em causa o serviço. 

Passados 30 dias, o diretor executivo da TECSAM, diz que já há dinheiro para assegurar os tratamentos por mais um mês, bem como os salários e o subsídio de Natal dos cerca de 150 funcionários da empresa, mas avisa que o problema subsiste. “Não está resolvida de todo. Um mês depois, a situação está desanuviada, foi feita uma transferência para uma necessidade de tesouraria imediata, mas o problema estrutural mantém-se”, conta Jorge Cruz.

Apesar da amortização de 800 mil euros, já foi faturado o mês de outubro, pelo que, contas feitas, a dívida ronda os três milhões e setecentos mil euros, distribuída pela Unidade Local de Saúde do Nordeste, com perto de três milhões, a ARS Norte com 500 mil euros e a ULS da Guarda com 200 mil. “Temos resposta para as necessidades imediatas, mas para o próximo mês ainda não temos indicação de como vai ficar resolvida a questão do pagamento da dívida”, acrescenta.

No entanto, Jorge Cruz acredita que a situação vai ser regularizada, em breve, pelo menos foi essa a promessa do próprio Ministro da Saúde num encontro recente com a administração. “Foram compreensivos, tinham em cima da mesa o dossier da Tecsam, mostraram-se solidários com a nossa situação e quiseram responder a uma necessidade imediata de tesouraria de nos disponibilizar verba para pagar a fornecedores e vencimentos do mês anterior, sendo que é um problema que estão a tentar resolver de imediato, mas estamos a sentir alguma dificuldade na resolução da dívida por parte da ULS do Nordeste”, confessa o diretor 

executivo da Tecsam que deixa uma garantia: “A maior preocupação de assegurar o pagamento aos fornecedores, da parte clínica, está regularizado e assim o tratamento dos doentes não está em causa”.

Os atrasos nos pagamentos têm sido constantes desde 2011, mas agudizou-se nos últimos dois anos e em duas ocasiões, os membros da administração já tiveram de injetar dinheiro para pagar salários.

Jornalista: Fernando 

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