“Seria muito pouco inteligente vir atrás de um tacho em que venho ganhar um terço daquilo que ganho atualmente”. É a resposta do candidato social-democrata à câmara de Mirandela às primeiras críticas nas redes sociais.  Duarte Travanca avança para o que diz ser “a concretização de um sonho de criança que só agora faz sentido, uma vez que a vastíssima experiência adquirida ao longo de várias décadas constituiu um fator diferenciador que muito pode contribuir para fazer deste concelho um lugar para sonhar, viver e ser feliz”.

Mais de um mês depois de o presidente do PSD, Rui Rio, ter anunciado, em Coimbra, o nome de Duarte Travanca como sendo o candidato aprovado para avançar em Mirandela, nas próximas eleições autárquicas, agora foi a vez do candidato se apresentar na sua terra, este sábado, numa unidade hoteleira de Mirandela, com a presença de alguns apoiantes (em número limitado para cumprir as normas da DGS), e dos jornalistas, mas sem direito a perguntas.

No discurso de apresentação, Duarte Travanca apresenta-se como “o homem certo no momento certo para mudar Mirandela e para fazer política de maneira diferente”, como fazendo jus à aposta dos social-democratas para tentar recuperar a Câmara perdida para Júlia Rodrigues (PS), em 2017, por uma diferença de 840 votos, depois de seis mandatos consecutivos (24 anos), a liderar o Município.

Natural do concelho de Mirandela, o quadro dirigente da Autoridade Tributária, doutorado em economia, revela que esta candidatura “é a concretização de um sonho de criança que só agora faz sentido, uma vez que a vastíssima experiência adquirida ao longo de várias décadas constituiu um fator diferenciador que muito pode contribuir para fazer deste concelho um lugar para sonhar, viver e ser feliz”, diz.

O candidato de 52 anos fez questão de responder às primeiras críticas que vão aparecendo nas redes sociais: “Não venho para Mirandela atrás de tachos. Seria muito pouco inteligente vir atrás de um tacho em que venho ganhar um terço daquilo que ganho atualmente. Corro por causas, por objetivos, corro atrás deste projeto porque não quero ver Mirandela no estado em que está”, adianta.

“Vamos mudar Mirandela. Este é o momento”, é este o slogan da candidatura de Duarte Travanca que entende ter chegado a altura de “colocar os meus contactos e experiências ao serviço de Mirandela”.

O candidato social-democrata ainda não revelou qual a equipa que o vai acompanhar, mas já avançou com algumas das propostas que vai incluir no seu programa eleitoral, destacando cinco vetores estratégicos da sua candidatura: educação, cultura, economia, saúde e turismo.

Na educação, destaca “a concessão de um mínimo de 100 mil euros por ano de bolsas de estudo aos jovens que ingressem no ensino superior”. Na cultura, aposta na realização da semana cultural de Mirandela “com forte projeção regional e nacional, com a realização de vários espetáculos de rua, teatro, dança, música e promoção dos saberes e sabores”. Ainda nesta área, Duarte Travanca diz ser urgente a construção de um pavilhão multiusos.

Já na economia, emprego, crescimento económico e coesão territorial, o candidato pretende apostar “na captação de investimento em indústria e na criação de um sistema de licenciamento simplificado”.

Já na saúde, bem-estar e assistência social, o candidato social-democrata destaca a “criação de habitação social nas aldeias e a realização de um protocolo com a junta de freguesia de Torre de Dona Chama para que esta vila do concelho tenha um papel de destaque e de reforço da sua identidade nestas áreas”, diz.

Finalmente, no setor do turismo, para a afirmação da identidade do concelho a nível nacional e internacional, o candidato aposta “na promoção de condições favoráveis à venda de uma semana de férias em Mirandela, sem esquecer a vertente ligada ao turismo de natureza”, refere Duarte Travanca que promete para mais tarde as restantes medidas que vão constar do seu programa eleitoral.

Secretário-geral apela para campanha pela positiva

O Secretário-Geral do PSD esteve nesta apresentação. José Silvano, que já foi presidente da câmara de Mirandela, entre 1996 e 2012, fez uso da sua experiência autárquica para lançar um aviso às hostes de que não vai ser uma tarefa fácil: “num primeiro mandato dificilmente se perde porque o povo costuma dar o benefício da dúvida a quem está”, diz. 

Pelo que a “receita” que José Silvano deixou ficar, passa por uma campanha pela positiva. “Não temos de falar mal de quem está, só temos de afirmar o nosso projeto e justificar porque é o melhor”, adianta.

Para José Silvano, o candidato escolhido para Mirandela tem todas as características essências para ser considerado credível e sair vencedor. “Há três fatores que são fundamentais para se ser um candidato vencedor: a competência, a honestidade e a coragem. O Duarte Travanca tem tudo isto”, afirma.

Ainda assim, avisa que é preciso explicar isso ao eleitorado de Mirandela. “Em cinco meses, é percorrer casa a casa em proximidade falando com as pessoas e dizendo as características do nosso candidato para perceberem que é o melhor”, refere o secretário-geral do PSD que descreve o cenário que entende estar em causa nas autárquicas em Mirandela: “se estão contentes com a presidente da câmara votem nela. Mas, se estão insatisfeitos e acham que Mirandela pode ir mais além, tem de dar o salto no investimento, na criação de postos de trabalho e no restabelecimento no orgulho mirandelense, então têm aqui uma alternativa credível”.

Jornalista: Fernando Pires 

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