Paula Preto é fotógrafa e docente e percorreu o concelho de Mirandela em busca de histórias e lugares. O registo fotográfico resultou da exposição “Mãe Água: nos tanques lavam-se imagens” que estará patente, no Mercado Municipal de Mirandela, até dia 27 de julho.

O “tanque comunitário como lugar de encontro” é objeto de uma pesquisa que é simultaneamente uma ação de fotografia. “Uma pesquisa que foi ao encontro das histórias e memórias que estes lugares acumularam ao longo do tempo em que serviram o seu propósito e que pretende agora reativá-los, projetando novas possibilidades e novos encontros” refere a autora da exposição.

Durante a pesquisa, Paula encontrou “relatos sobre a dureza do trabalho, a existência de muita gente, tantas mulheres, que acordavam de madrugada para reservar lugar nos tanques, ou nas pedras do rio”, e destaca que “encontramos memórias onde ressalta a força e a resiliência das mulheres, que à volta do tanque ou na dureza do rio, conversavam, cantavam, riam ou choravam”.

A exposição tem como objetivo fazer o público olhar para o passado e para o presente e nas diferenças entre os dois tempos. “Como no tanque já não há água, na aldeia já não há gente, e a que há já não se encontra como antigamente”. Abordando temas como a desertificação e o envelhecimento, dois dos grandes problemas que o interior tem vindo a viver e a enfrentar nos últimos tempos.

A mostra conta com o apoio da autarquia, da Galeria do Mercado e da Direção-Geral das Artes, e os interessados têm até dia 27 de julho para a visitarem no Mercado Municipal de Mirandela.

Jornalista: Lara Torrado

Foto: CM Mirandela

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