As Forças Armadas empenharam 76 militares em operações de rescaldo e vigilância ativa pós-incêndio em Murça, no distrito de Vila Real, que reforçaram os meios já em operação neste concelho, foi hoje anunciado.

Para Murça, onde um incêndio que deflagrou no domingo, em Cortinhas, e se estendeu a Vila Pouca de Aguiar e Valpaços, as Forças Armadas mobilizaram quatro pelotões de rescaldo e vigilância, designadamente três do Exército e um da Marinha, em apoio à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Estes 76 militares, segundo um comunicado do Estado-Maior-General das Forças Armadas, juntam-se, em Murça e no âmbito do plano HEFESTO II, aos meios já colocados no local, designadamente quatro destacamentos de engenharia, com quatro máquinas de rasto, para ajuda na abertura de caminhos que facilitem o acesso dos operacionais que combatem os incêndios, e dois módulos de alimentação de campanha, com capacidade para fornecer alimentação a 400 pessoas.

As Forças Armadas mantêm empenhados, em apoio à ANEPC, dois helicópteros de reconhecimento, avaliação e coordenação.

E, acrescenta o comunicado, em apoio à GNR, no âmbito do plano REVELLES, em missões de vigilância e deteção, têm 26 patrulhas terrestres (seis da Marinha e 20 do Exército), assim como três sistemas aéreos não tripulados e uma aeronave “P-3C CUP +”, da Força Aérea.

Já ao abrigo do protocolo FAUNOS, celebrado com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), estão 22 patrulhas da Marinha e do Exército, num total de 44 militares, na vigilância das áreas mais sensíveis das florestas e na sensibilização da população.

O Estado-Maior-General das Forças Armadas disse ainda que o dispositivo das Forças Armadas em apoio à vigilância e deteção de incêndios rurais “pode ser alterado consoante o evoluir da situação e de acordo com os pedidos das entidades coordenadoras”.

O incêndio em Murça foi dado como controlado na madrugada de quinta-feira, registou reativações durante a tarde desse dia e, ao início da noite, todo o perímetro encontrava-se em consolidação de rescaldo e vigilância.

Pelas 12:00 de hoje, permaneciam neste teatro de operações, de acordo com o ‘site’ da ANEPC, cerca de 400 operacionais e 120 viaturas.

Numa primeira estimativa, o presidente da Câmara de Murça, Mário Artur Lopes, referiu que a “área ardida ultrapassa os 10.000 hectares nos três concelhos”: Murça, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços. Destes 10.000 hectares, “50% a 60%” dizem respeito ao município de Murça.

“Mais de metade do concelho de Murça foi atingido por este incêndio, que teve uma evolução muito rápida, empurrado pelo vento”, afirmou o autarca.

O município de Murça decretou três dias de luto municipal, entre quinta-feira e sábado, para que, de acordo com Mário Artur Lopes, se possa homenagear “quem, numa circunstância completamente terrível, acabou por perder a sua vida”.

Foi a sair da aldeia que um casal, com 69 e 72 anos, morreu, depois do carro onde seguia ter caído numa ravina.

Foram encontrados já mortos numa área queimada pelo incêndio e as causas do acidente estão a ser investigadas pela GNR.

Por: Lusa

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