Esta sexta-feira (24), uma greve geral da função pública está a afetar diversos setores essenciais em Portugal, incluindo hospitais, centros de saúde, escolas, transportes públicos, serviços judiciais e autarquias. A paralisação envolve médicos, enfermeiros, professores, educadores, trabalhadores de forças de segurança, técnicos administrativos e outros profissionais do Estado, motivada pela exigência de melhores condições laborais, valorização de carreiras, aumentos salariais e defesa dos serviços públicos.

No setor da saúde, a adesão dos médicos está a provocar atrasos significativos em consultas e cirurgias programadas, embora os serviços mínimos estejam a ser cumpridos. A Federação Nacional dos Médicos alerta para a desestabilização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e critica medidas do Governo, como a mobilidade forçada e a criação de serviços regionais de urgência, que podem obrigar grávidas e doentes a percorrer longas distâncias para atendimento, especialmente na obstetrícia. Sindicatos de enfermeiros e técnicos auxiliares destacam a necessidade de manter todas as unidades do SNS abertas, preservando o acesso a cuidados essenciais.

Na educação, professores, educadores e investigadores aderem à greve para reivindicar melhores condições salariais e profissionais, além da valorização da escola pública e da ciência. Muitos destes trabalhadores enfrentam baixos salários iniciais, falta de progressão e precariedade laboral, com contratos temporários e instáveis.

No setor público em geral, carreiras como vigilantes da natureza, guardas florestais, assistentes técnicos e técnicos superiores são afetadas por progressão limitada e início de carreira pouco atrativo. Sindicatos alertam para a utilização de contratos precários como forma de reduzir custos, ao mesmo tempo que deixam milhares de trabalhadores sem estabilidade.

O Orçamento do Estado para 2026 prevê aumentos salariais modestos, mas sindicatos afirmam que há margem para aumentos de 15% se forem alteradas prioridades políticas, nomeadamente evitando benefícios fiscais às empresas. A Frente Comum considera o pacote de reforma laboral e a reforma do Estado uma “terraplanagem” dos serviços públicos, acusando o Governo de não investir na administração pública enquanto o setor privado recebe incentivos.

A greve é também uma resposta à falta de diálogo nas negociações de carreiras, com propostas de revisão apresentadas pelos sindicatos a serem recusadas. A mobilização pretende pressionar o Governo a assumir compromissos concretos, incluindo medidas imediatas e faseadas que melhorem salários, progressão e condições de trabalho, garantindo serviços públicos acessíveis e de qualidade à população.

A paralisação coincide com o esforço da Frente Comum para alertar o Executivo para o risco de conflito social crescente, com o secretário-geral da CGTP-IN e coordenadores sindicais a afirmarem que todas as formas de luta estão em cima da mesa, incluindo a possibilidade de novas greves gerais, caso não haja resposta governamental às reivindicações.

Jornalista: Vitória Botelho

Foto: SPRC

Concentração de dirigentes e delegados sindicais da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, junto à residência oficial do Primeiro-Ministro, Lisboa, 20 de outubro de 2021. Dirigentes da Frente Comum, entregaram caixas com milhares de postais em que os trabalhadores reafirmam a exigência de aumento dos salários. ANTÓNIO COTRIM/LUSA
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