Na segunda-feira, 18 de agosto, o incêndio de grandes dimensões atingiu o concelho de Vila Flor, no distrito de Bragança, colocando em risco várias localidades, incluindo Santa Comba da Vilariça. A aldeia esteve cercada pelas chamas em várias frentes e, segundo os populares, durante horas não contou com qualquer apoio de meios de combate oficiais no terreno.
O fogo teve início no domingo, dia 17, nas localidades de Frechas e Valverde da Gestosa, no concelho de Mirandela, alastrando-se rapidamente devido à força do vento. As chamas atravessaram o IP2, obrigando ao corte desta via, e avançaram em direção ao concelho de Vila Flor, consumindo mato e ameaçando zonas habitacionais.
Em Santa Comba da Vilariça, a situação agravou-se durante a tarde e início da noite de segunda-feira, com as chamas a cercarem a aldeia a norte, ponte e a nascente. Sem meios de combate no local, os habitantes mobilizaram-se por conta própria, recorrendo a tratores com cisternas, sistemas de rega e lavragem de terrenos para tentar travar o avanço do fogo.
O incêndio acabou também por se dirigir para a aldeia de Vale Frechoso, colocando esta localidade igualmente em risco. Em Vilares da Vilariça, no concelho de Alfândega da Fé, o cenário foi igualmente preocupante, tendo os moradores sido temporariamente confinados na igreja por precaução. Apesar disso, alguns recusaram abandonar as suas casas.
Os prejuízos agrícolas foram significativos, embora ainda sem estimativas concretas. A prioridade das populações foi a salvaguarda de vidas humanas e das habitações, num esforço comunitário marcado pela ausência de meios oficiais durante o período crítico.
Jornalista: Vitória Botelho