O incêndio que deflagrou na passada sexta-feira em Freixo de Espada à Cinta provocou uma vasta destruição ambiental e agrícola na região do Douro Internacional, afetando também os concelhos vizinhos de Torre de Moncorvo e Mogadouro, no distrito de Bragança. Com uma progressão rápida e imprevisível, impulsionada por ventos fortes, o fogo consumiu mais de 10 mil hectares de território, atingindo zonas de elevado valor ecológico e cultural, incluindo áreas protegidas.
Várias localidades ficaram rodeadas pelas chamas, com prejuízos significativos nas culturas de olival, amendoal, vinha, laranjal e floresta. Os efeitos do incêndio foram visíveis ao longo das estradas nacionais EN220 e EN221, com infraestruturas de comunicações e energia danificadas, exigindo a intervenção urgente de equipas técnicas.
No pico do combate às chamas, cerca de 400 operacionais e mais de 140 viaturas, apoiados por máquinas de rasto, atuaram no terreno. As condições atmosféricas adversas, com muito fumo e poeira, impediram a utilização eficaz dos meios aéreos, dificultando ainda mais o controlo do fogo.
Este incêndio insere-se num cenário mais alargado de emergência no país, que tem sido fustigado por múltiplos fogos desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro. Até 17 de agosto, já tinham ardido 172 mil hectares em Portugal continental, ultrapassando a área total queimada em 2024. Os incêndios deste verão provocaram, até ao momento, dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, além da destruição de habitações e explorações agrícolas.
Jornalista: Vitória Botelho
Foto: DR