Mais de um mês depois das autárquicas, ainda há uma freguesia do concelho de Mirandela em que não se realizou a instalação da Assembleia e do executivo da junta.

A freguesia de Mascarenhas continua num impasse quanto à eleição dos dois vogais. O PS ganhou as eleições, mas sem maioria, dado que elegeu 3 mandatos, contra 4 da oposição (2 do CDS e 2 do PSD). 

Na primeira reunião, o presidente de junta, Manuel Gomes, apresentou duas propostas, ambas rejeitadas. Uma delas tinha mesmo um elemento do CDS para integrar o executivo, enquanto a segunda proposta só continha elementos do PS.

No passado fim-de-semana, houve outra reunião, mas nem sequer foi apresentada qualquer proposta, dado que Manuel Gomes não aceita as condições que estão a ser impostas pela oposição, ou seja, que os dois lugares de vogais que o vão acompanhar no executivo sejam ocupados por um membro do CDS e outro do PSD. “Nessas condições, não é possível governar uma freguesia, porque ficaria em minoria no executivo e na assembleia”, afirma o presidente da junta, eleito pelo PS. 

Manuel Gomes entende que “eles não querem o bem da freguesia, querem é tomar conta do poder, mas para isso tinham de ganhar e o povo deu-lhes o direito de terem o seu lugar na Assembleia e não tomarem conta do executivo, pelo que não encontro solução para este problema”, diz.

O presidente da junta está a aguardar indicações por parte do executivo do Município de Mirandela para saber como proceder. “A freguesia está em gestão, foi as ordens da presidente do Município e dos vereadores e agora estou a aguardar que me chamem para comunicar o que vamos fazer. Até lá vou aguardar”, refere.

No entanto, desde já deixa uma garantia: “Não vou renunciar porque o povo não quer e até já encontrei pessoas que votaram no PSD e no CDS que não estão muito satisfeitas com a atitude deles”, adianta.

O CDS, segunda força partidária com mais votos em Mascarenhas, não vê outra saída para este impasse senão a realização de eleições intercalares. “Para já, pretendemos que o presidente a junta faça aprovar as atas das duas reuniões, mas que seja fiel daquilo que se tratou. 

Depois disso, iremos tomar um procedimento, sendo que o que nos parece mais correto seria fazer uma gestão administrativa durante seis meses e depois marcar eleições”, afirma José Mesquita, presidente da concelhia de Mirandela do CDS.

Já o cabeça de lista do PSD na freguesia de Mascarenhas, garante que não há qualquer acordo com o CDS, mas entende que a oposição deve estar representada no executivo. “Não sei porque existe este braço de ferro do presidente da junta, porque como não tem maioria, não pode exigir que as pessoas viabilizem os vogais que ele quer”, refere Fernando Pintor que chama a atenção para o facto de o presidente da junta não poder, à luz da Lei, gerir o executivo com os dois vogais do mandato anterior, porque um dos vogais era precisamente o atual presidente da junta. “Ele não pode ser presidente e vogal ao mesmo tempo. Se tivermos de ir para eleições, vamos para elas e o povo que decida a melhor forma”, conclui.

Um Impasse sem solução à vista na junta de freguesia de Mascarenhas, ainda sem os órgãos instalados.

Refira-se que a constituição de uma comissão administrativa e a realização de eleições intercalares só é possível quando se verificar a renúncia do presidente da junta e dos restantes elementos eleitos na sua lista.

Jornalista: Fernando Pires 

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