Esta sexta-feira foi dia dos sindicatos voltarem às negociações com o ministério da Saúde sobre a valorização da carreira. Em cima da mesa estiveram propostas do Governo para aumentos salariais, no entanto, os sindicatos criticaram as propostas e, desta forma, vão manter as greves que já estavam agendadas para os meses de agosto e setembro.

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, admitiu, ao JN, estar “bastante pessimista” pelo facto de, estar em cima da mesa, a possibilidade de ser assinado um acordo com o ministério da Saúde devido “à grande diferença de posições”. Dia 9 de agosto haverá uma nova reunião negocial com o intuito de serem apresentadas contrapropostas.

“A próxima reunião, a acontecer, deveria ser na presença de um mediador externo e independente para contrapor toda esta falta de competência e até desta má-fé por parte do ministério da Saúde e por parte de Manuel Pizarro”, afirmou Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos.

Joana Bordalo diz que é “inaceitável” a proposta do Governo, e justifica que “representa uma agressividade para os médicos”, uma vez que vai obrigar estes profissionais de saúde a trabalhar “mais quatro meses do que o resto dos profissionais”.

“Não é verdade que vai ser generalizado o atual modelo de Unidade de Saúde Familiar para todo o país. O modelo que está proposto é um modelo que nós chamamos ‘b’ de ‘barato’, que limita médicos a prescreverem análises e a passar receitas para os doentes. Na proposta que nos foi entregue, não é verdade que vai haver mais médicos a fazer consultas e cirurgias nos hospitais. Os médicos vão continuar a fazer 18 horas de urgência. Não sobra tempo”, lamentou, ao Jornal de Notícias, Joana Bordalo e Sá. Posto isto, a greve marcada para os dias 1 e 2 de agosto vai manter-se.

O Sindicato Independente dos Médicos vai, também, apresentar um contraproposta e manter as greves já agendadas para agosto e setembro. “Há uma necessidade urgentíssima de chegar a acordo” lamenta Roque da Cunha, no entanto demonstra-se “pessimista” quanto a um futuro acordo, um vez que está instalada um “grande diferença de posições”.

Jornalista: Lara Torrado

Foto: FNAM

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