O município de Mirandela reclamou medidas urgentes ao governo para apoiar financeiramente os olivicultores do concelho e da região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Devido à quebra de produção da azeitona registada na campanha de 2022, a autarquia de Mirandela “aprovou a proposta do Conselho Municipal de Agricultura, de solicitar ao governo de Portugal a adoção de medidas, com caráter de urgência, de ajuda aos olivicultores do Concelho e da região de Trás-os-Montes e Alto Douro”, lê-se na nota de imprensa enviada ao Canal N.

A câmara pretende, desta forma, reivindicar a atribuição “de um apoio financeiro direto compensatório aos produtores, em moldes a definir de acordo com a opinião dos responsáveis pelas organizações do setor e dos serviços oficiais com competências na matéria”.

Os prejuízos provocados pela seca foi o motivo que levou a autarquia de Mirandela a reivindicar este apoio financeiro. Um exemplo desse prejuízo é a azeitona que apresenta uma quebra de produção de “50% em média, embora haja concelhos onde ultrapassa 70% em Trás-os-Montes e Alto Douro”.

“A fileira do olival e do azeite constituem a base da economia local e regional, ocupando, direta ou indiretamente, cerca de 90% da população do concelho”, segundo a autarquia que acrescenta que “a agricultura familiar, neste território de baixa densidade populacional, representa 97% do número total de explorações agrícolas, originando mais de 40% do valor da produção total, o que se traduz num determinante fator de fixação de população, de desenvolvimento socioeconómico e de contributo para a sustentabilidade ambiental do concelho e da região de Trás-os-Montes e Alto Douro”.

A produção de azeitona em Mirandela atinge em média “cerca de quatro mil toneladas e gera mais de catorze milhões de euros”, isto representa, aproximadamente, 25% de toda a produção da região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

No entanto, apesar do dinamismo da fileira “o setor vive momentos complicados, que se prendem principalmente com os efeitos da seca severa e pela escassez de estruturas de regadio que permitam mitigar a falta de pluviosidade, pelo forte aumento dos preços dos fatores de produção e, mais recentemente, pelo aparecimento na região de patologias associadas à bactéria Xylella fastidiosa”, menciona o município.

Jornalista: Lara Torrado

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