A Câmara de Montalegre anunciou hoje que vai interpor uma providência cautelar para travar a exploração de lítio no concelho, informação foi avançada à agência Lusa.

Este é um dos projetos na origem à investigação que na terça-feira levou à demissão do primeiro-ministro. A autarca de Montalegre, Fátima Fernandes, refere que confia “totalmente na justiça” fazendo “o seu caminho e irá apurar aquilo que houver a apurar”.

Recorde-se que a investigação visa as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas, também no distrito de Vila Real), um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines (distrito de Setúbal) e o projeto de construção de ‘data center’ desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

A Lusa relembra que os dois projetos mineiros obtiveram uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, mas condicionada à concretização de medidas de compensação e de mitigação. Fátima Fernandes especificou que “a ação judicial pretende impedir que a mina do Romano avance para a fase de exploração”.

“Porque consideramos que há matéria que nos permite fazer esta ação administrativa e porque verdadeiramente consideramos que é um projeto que não traz nada de bom para o nosso território”, justificou.

A autarca apontou “para o impacte muito negativo na água da barragem do Alto Rabagão, um bem que considerou essencial quer para o consumo público, quer para a alimentação dos animais e a irrigação dos campos”, escreve a agência de notícias.

Além disso, indicou a necessidade de proteger o lobo-ibérico, considerou um contrassenso “destruir a natureza em nome do ambiente” e disse ainda que “não se pode considerar normal desalojar” pessoas que residem na zona onde vai ser implantada a mina.

Foto: Pedro Sarmento Costa/Lusa

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