Com o declinar do tempo quente de verão, caminhamos para a diminuição da popular intensidade festiva e, consequentemente, da alegria inerente e da especificidade da emoção.
As festas populares, da cidade, da aldeia, as romarias, são a manifestação genuína do sentir, agir e pulsar de um povo que as promove e lhe dá, transversalmente, a necessária sustentabilidade. São expressões do sentir da alma rural, da cidadania, da cultura, do afeto, da identidade!…

Apesar dos tempos difíceis que atravessamos, será difícil encontrar uma localidade que não tenha a sua festa a anual, com a celebração do seu Santo (a) Padroeiro (a), que não celebre a glória da “vitória” religiosa e lúdica da comunidade!…
Apesar do significado inquestionável do Natal, ou da Páscoa, sobretudo em termos religiosos, afetivos e de Fé, acabam, mesmo assim, por não potenciar o mesmo sentimento, a singular motivação e convergência familiar e social que a festa da aldeia… da nossa aldeia, dinamiza.
A festa da aldeia é a marca participativa mais abrangente em termos de identidade, de vivências afetivas e de dinâmica social, que caracterizam as nossas comunidades rurais.

Até me parece que não haverá um cidadão que se preze e valorize as suas origens, que não goste de estar presente e participar na festa da sua terra. Que não cultive a inclusão no meio onde nasceu, onde vive ou viveu, que não fortaleça as suas raízes existenciais.
Da parte que me toca, quero acreditar que dificilmente deixarei de consagrar o dia da festa da minha terra, à aldeia onde eu nasci e cresci e em relação à qual me honro em cultivar a identidade, à convivência com os meus conterrâneos e contemporâneos, sobretudo enquanto nessa partilha vivencial me for possível incluir, em primeiro lugar, os meus pais, a minha família nuclear!…

Não é, pois, por acaso, que jamais esquecerei o meu acordar de criança, no dia de festa, ao som dos foguetes madrugadores, ou da melodia musical que a banda filarmónica entoava pelas ruas da pacata aldeia, que naquela jornada se transformava e transforma numa vibrante e positiva agitação comunicativa. Mas também permanecem na minha memória as singulares brincadeiras infantis e a participação na “cruzada” que integrava as cerimónias religiosas, bem como sentir afetivo partilhado ao longo do dia, no ambiente familiar e fora dele.
As datas festivas provocam entusiasmos singulares, interações positivas, nas famílias, nas comunidades, dando-lhe vida e alegria, ao mesmo tempo que as torna mais dinâmicas e apelativas.

Trata-se, na verdade, de um dia especial, diferente, que nos permite reencontrar amigos e gente que não vemos ao longo do ano…ou de anos, recordando, às vezes com nostalgia, tempos que já passaram, mas que nos marcam para sempre.
E não é, com efeito, por acaso, que os emigrantes, programam toda a sua vida fora do local de origem, em função da data em que a sua terra sentirá o expoente máximo da energia positiva comunitária – o dia de festa!…
Por isso mesmo, entendo que, mesmo as instituições oficiais, civis ou religiosas, devem ajudar a criar condições para que esta identidade cultural e expressão ao nível da Fé, se mantenham vivas e com vida, sem nunca perderem cunho tradicional e a inerente especificidade.

Artigo escrito por Nuno Pires

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