Artigo de opinião escrito por Nuno Pires- direção do Estabelecimento Prisional de Bragança 

Um Evangelho muito conhecido, lido e comentado nas Celebrações Eucarísticas, refere-se às posturas de um fariseu e de um publicano que, no Templo, perante Deus, faziam as suas Preces.

Mesmo tendo sido escrito há muito tempo, é dever de um cidadão/cristão refletir sobre a atualidade da mensagem e “encaixá-la” no nosso quotidiano, porquanto responde, perfeitamente, à forma como aceitamos a interiorização dos nossos atos, crescemos espiritualmente, vivemos e nos posicionamos perante a vida.

Aceitar-se-á que todos teremos um pouco de fariseus e publicanos, ou mesmo de vilões. Faltar-nos-á, porém, a capacidade introspetiva para o reconhecer e a disponibilidade para, ao espelho reflexivo, a nossa imagem espiritual interior, de consciência e valores, conseguir avaliar e ver.

Acabamos por ter dificuldade em reconhecer os nossos erros, o que somos, como somos e porque somos, sobretudo porque se apodera de nós o constrangimento de perguntar, “como? porquê?”, de modo a encontrar a justa resposta. Todavia, num mundo materialista, suportado por um mediatismo doentio, desprovido, muitas vezes, de valores religiosos, morais e éticos, responsáveis e afirmativos, torna-se cada vez mais importante o exercício da reflexão e do questionamento.

Sentiremos, por vezes, a ausência de referências positivas e sustentadamente credíveis, nomeadamente à Luz da Fé, o que nos leva, em determinados momentos, a adotar uma atitude cautelosa e pouco confiante sobre aquilo que esperamos dos outros e o que os outros esperam de nós, cidadãos comuns.

Espera-se, com efeito, que os líderes, apontados como exemplos vivos, se revelem como modelos sustentadamente positivos, para não contrariarem as expetativas que neles, ainda, são depositadas.

Assim, será justo questionar, o rol de cumplicidades e dependências no âmbito das relações sociais e de liderança, quando os exemplos e as influências, espiritual e moralmente, são pouco dignificantes, no sentido da promoção da unidade na universalidade da Fé e dos mais elementares princípios do Evangelho. Posturas materialistas e vaidades pessoais sobrepõem-se ao desenvolvimento de consciências críticas esclarecidas, capazes de discernir o que é certo e o que é errado, o que constrói ou o que destrói, potenciando a desmotivação individual e coletiva.

Refiro-me, em especial, a comportamentos farisaicos que proliferam, sorrateiramente, num silêncio frio e discreto, perante uma cumplicidade institucional pilatiana, favorecendo o perigo da irracionalidade e do egoísmo, disfarçado de Amor.

Perante os riscos da validação institucional do papel social e religioso de muitos fariseus atuais, tantas vezes vilões disfarçados de eruditos, que se posicionam como se não tivessem nada a ver com os pecadores, ou como se fossem concebidos para serem uma “casta” superior, não devemos esquecer que Jesus, ao comer à mesa com os publicanos, a sua atitude foi algo de tão surpreendente para o piedoso povo israelita, quanto a mensagem subjacente foi explosiva para a mentalidade dos judeus.

É que, ser religioso, ou assumi-lo formalmente, não implica necessariamente, ser detentor da verdade, mas implicará que exerça a sua influência e espiritualidade em conexão com a Luz, da Verdade e da Fé, promovendo, com clareza, a justiça, a paz social e religiosa, com vista à construção de uma sociedade com valores e de valores, sintonizada em harmonia e alegria, contagiantes!…

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