Quando uma situação de emergência mobiliza uma VMER, entra em ação uma resposta articulada e altamente especializada, que visa garantir, desde o primeiro minuto, os cuidados necessários à estabilização da vítima. Mas a missão não termina com a chegada ao hospital — apenas muda de cenário. É nesse momento que a continuidade dos cuidados ganha forma através de outros profissionais, entre os quais se encontra o técnico de radiologia.
Com o doente já em contexto hospitalar, muitos procedimentos urgentes dependem de uma avaliação imagiológica célere e rigorosa. O técnico de radiologia atua, então, de forma coordenada com a equipa médica e de enfermagem da urgência, assegurando exames que ajudam a confirmar diagnósticos, orientar decisões clínicas e sustentar intervenções rápidas. Trata-se de um elo silencioso, mas fundamental, na cadeia de resposta à emergência.
O papel do técnico de radiologia exige concentração, capacidade de adaptação e domínio técnico, sobretudo em situações de instabilidade clínica, onde o tempo continua a ser determinante. A realização de exames, como radiografias ou tomografias computorizadas, em contexto de trauma ou doença aguda, é feita com base numa escuta atenta das necessidades da equipa e com respeito absoluto pela condição do doente.
Esta atuação não se dá em isolamento, mas sim em estreita articulação com outros profissionais. A complementaridade das funções é o que garante que, após a primeira intervenção, se mantenha o mesmo nível de eficácia, precisão e segurança nos cuidados prestados.
O técnico de radiologia é, assim, parte integrante da resposta global a situações críticas. O seu contributo, ainda que por vezes discreto, é essencial para que a informação clínica seja completa e o tratamento adequado possa ser iniciado ou ajustado em tempo útil.
Falar de emergência é falar de trabalho em rede. E nessa rede, todos os elos contam. Porque cada segundo continua a contar, mesmo depois de a sirene se calar. E cada vida continua a importar — do primeiro gesto até à última imagem.
Artigo escrito por Lurdes Santos, Técnica de Radiologia na ULSTMAD, membro da APSAT (Associação de Profissionais de Saúde do Alto Tâmega)














