Artigo de opinião escrito por Tiago Morais – Licenciado e Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Aveiro, estudante de Doutoramento em Química na Universidade de Aveiro e Háskóli Íslands (Islândia), conselheiro do Conselho de Ética e Deontologia da Universidade de Aveiro e coordenador do Núcleo Territorial da Iniciativa Liberal em Mirandela

Sair de Mirandela para ingressar no ensino universitário é um caminho que imensos jovens percorrem ao terminar o ensino secundário. A oferta formativa na nossa região é curta, pelo que se torna necessário percorrer o país para encontrar o curso que o estudante decide seguir. A grande maioria dos jovens sai então da nossa cidade, sabendo à partida que muito dificilmente regressará após a Universidade. O que está a falhar?

A resposta a esta pergunta não é simples, mas torna-se urgente responder. Mirandela, como a grande maioria das cidades do Interior, enfrenta um ciclo que se perpetua no tempo: os jovens saem à procura de melhores oportunidades, oportunidades essas que não são criadas localmente para que possam regressar. Perde-se capital humano e massa crítica, mas também amigos, familiares ou vizinhos com quem estamos habituados a conviver no nosso dia-a-dia. Os nossos clubes perdem atletas e adeptos. As nossas bandas perdem músicos ou espetadores assíduos. As nossas associações perdem sócios ou voluntários. Toda a cidade perde com a saída dos jovens.

A nossa terra carece de estratégias que promovam a inovação e o empreendedorismo. A oferta de emprego é limitada, pois não existe atratividade económica e profissional na região. Sem isso, os nossos jovens dificilmente têm a possibilidade de ponderar um regresso a casa. Ir trabalhar e viver para outra cidade ou outro país devia ser uma escolha pessoal e não um destino inescapável.

É preciso investir na criação de condições que permitam aos jovens querer regressar. Incentivos fiscais para que empresas se instalem em Mirandela e criem empregos qualificados são um passo essencial. A criação de uma estratégia conjunta com universidades e instituto politécnico para desenvolver projetos de investigação e inovação em Mirandela poderia também atrair jovens empreendedores. Temos de abrir horizontes e procurar boas práticas e políticas que funcionam.

Outro ponto crítico está na oferta cultural e social da nossa região. É um facto que Mirandela consegue oferecer qualidade de vida: segurança, proximidade com a Natureza e um ritmo menos frenético e stressante. No entanto, para os mais jovens, a pouca oferta de atividades e eventos que promovam o convívio ou enriquecimento cultural pode tornar-se também um fator desmotivador. 

Se cada jovem que agora parte visse em Mirandela uma terra de oportunidades e não só a sua terra de origem, este ciclo começaria a ser quebrado. É urgente trabalhar para criar essas oportunidades e mudar a mentalidade de que o sucesso está apenas no litoral ou fora do país. É preciso uma mudança, são precisas novas políticas e novas caras! Vamos transformar o “adeus” dos nossos jovens num “até já”?

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