Os pedidos de ajuda aumentaram neste último semestre em Vila Real. Com o aumento generalizado dos preços e das despesas e do agravamento do custo de vida, a solicitação de apoios para o pagamento de rendas, medicamentos, faturas de luz e água são os mais comuns.

Cristina Melo, de 46 anos, é uma das beneficiárias do programa de apoio ao arrendamento concedido pelo município de Vila Real, e mencionou, à agência Lusa, que “é uma ajuda de 95 euros”, o que acaba por fazer “muita diferença para um salário de 730 euros”, explicando que a renda de casa é de cerca de 300 euros.

Com o aumento generalizado dos preços e das despesas, conta que a sua situação económica ficou ainda mais difícil e, para ajudar, além do trabalho como administrativa, tem um “part-time” ao fim de semana. 

Conta que ao fim do mês “não sobra dinheiro”, e ao ir às compras opta sempre “pelas marcas brancas” e traz apenas o “essencial e mais nada”. Cristina tem uma filha já licenciada, mas a quem ainda dá ajuda, e tem também a mãe a viver consigo. “É mesmo tentar gerir para que ele (dinheiro) chegue ao fim do mês”, refere.

Mara Minhava, vereadora do pelouro da Ação Social, contou à agência Lusa que são as famílias de “classe média baixa” que têm recorrido à Câmara. De acordo com a vereadora, o município ajuda, atualmente, 120 famílias com esta medida de apoio ao arrendamento. A responsável assegura que em 2023 o programa vai ser reforçado em mais de “10 a 20%”.

Para além disso, Mara afirma que o Fundo de Emergência Social Municipal também irá ser financiado. “É para situações emergentes, que as pessoas não estão a contar” menciona. Este projeto permite um apoio financeiro excepcional e temporário a agregados familiares carenciados, em emergência social grave, no âmbito da habitação, carência alimentar, dos cuidados de saúde e do apoio à educação das crianças e jovens. Segundo a vereadora, estas duas medidas, são as que de momento têm mais procura.

Carlos Martins, da Cáritas Diocesana de Vila Real, afirma que “a situação está a agravar-se”. Os pedidos têm vindo a aumentar e o responsável menciona que se nota um aumento das solicitações no último semestre do ano, o que considera ser uma consequência do aumento generalizado dos preços. 

Este ano, cerca de 95 famílias recorreram a apoios pontuais e urgentes na instituição. Pagamento de futuras de água, luz, gás, medicação e rendas foram os mais recorrentes, no entanto, Carlos afirma que “os maiores pedidos neste momento são para a medicação”.

No caso de ajuda para o pagamento de rendas, o responsável diz que desde o início do ano chegaram à instituição 30 pedidos, tendo a Cáritas conseguido dar resposta a 14. No entanto, a maior parte dos pedidos, cerca de 19, foram feitos no último semestre de 2022. 

Carlos destacou, à Lusa, o aumento dos pedidos de apoio por parte de famílias de estrangeiros, migrantes e refugiados. No primeiro semestre do ano, a instituição atendeu cerca de 93 famílias de outras nacionalidades e, no segundo semestre, já foram atendidas 131 famílias, maioritariamente provenientes do Brasil (109), mas também de outros países, é de referir a Angola, Argélia, Cabo Verde, Marrocos, Nigéria, Ucrânia e Venezuela.

Ajuda para pagar faturas, medicação, bens alimentares e roupas quentes para o inverno, são a maior parte dos pedidos por parte dos estrangeiros.

Jornalista: Lara Torrado

Foto: Canal N/Arquivo

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