A Direção do Grupo Desportivo de Bragança (GDB) emitiu, esta segunda-feira, um comunicado a repudiar veementemente os acontecimentos ocorridos no domingo dia 5 de outubro de 2025, durante o encontro frente ao Sport Clube de Mirandela (SCM), disputado no Estádio São Sebastião.
No documento, o clube brigantino denuncia a falta de condições de segurança e atos de violência física e verbal contra os seus adeptos, que, segundo o comunicado, “foram recebidos e tratados de forma que não pode nem deve acontecer aos dias de hoje”.
O texto assinado pelo presidente do GDB, Paulo Afonso, refere ainda que os adeptos visitantes “não tiveram acesso a casas de banho nem a água nos bares”, classificando estes episódios como “inadmissíveis” e “prejudiciais à imagem do futebol e da região de Trás-os-Montes”.
“Acreditamos no poder agregador do futebol, que mobiliza pessoas de todas as idades, mas estes episódios em nada dignificam o desporto”, lê-se no comunicado.
O Grupo Desportivo de Bragança apelou à intervenção das entidades competentes, incluindo a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a Associação de Futebol de Bragança, a Polícia de Segurança Pública e a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto, solicitando a abertura de uma investigação e a aplicação de sanções previstas nos regulamentos.
Direito ao contraditório
Perante a dimensão da polémica e as reações públicas geradas pelo comunicado, o Canal N contactou o presidente do Sport Clube de Mirandela, Carlos Correia, que preferiu não alimentar a controvérsia, mas deixou alguns esclarecimentos.
“Não vou alimentar polémicas”, começou por afirmar o dirigente mirandelense.
Carlos Correia reconhece que as condições do Estádio São Sebastião “não são as melhores”, uma realidade que, segundo o próprio, “se verifica em muitos estádios do país”, mas rejeita categoricamente algumas das acusações feitas pelo Bragança.
“É falso que negámos o acesso à casa de banho, até porque os adeptos visitantes estavam mais perto das casas de banho do que os nossos. Gostamos de receber bem as pessoas”, garantiu.
O presidente do SCM acrescentou ainda que, no decorrer da partida, “a polícia nem o queria deixar abrir o bar”, destacando que a segurança foi uma preocupação constante.
“As condições não justificam tudo, mas se o resultado fosse outro, não havia polémica nenhuma”, concluiu.
Ambiente tenso e apelo à serenidade
O episódio entre Bragança e Mirandela reacende o debate sobre as condições de segurança e de acolhimento nos estádios, assim como o papel das entidades desportivas e públicas na prevenção de incidentes.
Enquanto se aguardam eventuais decisões da Federação Portuguesa de Futebol e da Associação de Futebol de Bragança, as direções dos dois clubes pedem serenidade aos adeptos e esperam que o futebol transmontano continue a ser símbolo de paixão, mas também de respeito e fair play.
Jornalista: Edgar Pedreiro
Foto: AF Bragança