O Tribunal Provincial de Zamora, em Espanha, declarou culpados um homem e uma mulher pelo homicídio de um cidadão português de 71 anos, natural de Chaves, encontrado morto em dezembro de 2019 nas margens do rio Tera, perto do Lago de Sanabria. O caso, conhecido em Espanha como o crime do rio Tera, teve esta semana um desfecho judicial marcante, com o Ministério Público a pedir penas que podem chegar aos 25 anos de prisão para o casal responsável pelo crime.

A vítima, Jaime, era um transmontano que, já reformado, residia em Verín, na Galiza, próximo da fronteira portuguesa. Terá sido convencido pelo colega de quarto, agora condenado, a abrir contas bancárias conjuntas, numa aparente relação de confiança que acabaria por ser fatal. De acordo com o veredicto do tribunal, o homem e a sua companheira planearam o homicídio com o intuito de se apropriarem da pensão do português.

O júri popular, composto por nove elementos, considerou provado que a vítima foi drogada com soníferos antes de ser asfixiada e lançada ao rio Tera, com o corpo atado e coberto por cal viva, numa tentativa de ocultar o crime. O cadáver, encontrado sem documentos, só seria identificado dois anos mais tarde, graças à correspondência das impressões digitais registadas numa base de dados policial britânica, vestígio da passagem de Jaime pelo Reino Unido em anos anteriores.

Um terceiro arguido, inicialmente acusado de cumplicidade, foi absolvido por falta de provas e libertado após quase dois anos de prisão preventiva.

As investigações prolongaram-se durante quatro anos, culminando nas detenções em 2023. Durante esse período, a mulher agora condenada levantou mais de 42 mil euros das contas bancárias do reformado, quantia que a justiça espanhola considerou indevida.

Na sentença, o tribunal salientou a frieza e premeditação com que o crime foi cometido, tendo as provas forenses, nomeadamente as impressões digitais encontradas na fita adesiva usada para amarrar a vítima, sido decisivas para a condenação.

O Ministério Público espanhol pede agora penas entre 15 e 25 anos de prisão para cada um dos condenados, além do pagamento de 200 mil euros de indemnização cível à filha da vítima, residente em Portugal.

Este trágico caso, que abalou as comunidades de Zamora, Verín e Chaves, põe fim a uma longa espera por justiça. Para a família do transmontano assassinado, o veredicto representa um passo importante no encerramento de um capítulo doloroso, marcado por anos de incerteza, silêncio e procura de respostas.

O nome de Jaime, o português de Chaves, fica agora associado não apenas à tragédia, mas também à persistência da verdade, uma verdade que atravessou fronteiras e resistiu ao tempo.

Jornalistas: Paulo Silva Reis com Edgar Pedreiro.

Fotos: DR

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