A produção de vinho em Portugal deverá registar, em 2025, a maior quebra dos últimos dez anos, com uma redução estimada de cerca de 20% face ao ano anterior. Ainda assim, os vinhos produzidos prometem manter elevados padrões de qualidade, segundo a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Apesar do forte recuo nos volumes, o INE sublinha que as uvas colhidas este ano apresentam níveis de açúcar equilibrados e uma boa concentração aromática, fatores determinantes para a qualidade final do vinho. O cenário confirma um ano desafiante para os produtores, mas com resultados positivos no perfil sensorial dos vinhos.

As condições meteorológicas estiveram na origem da quebra acentuada da produção vitivinícola. Durante a primavera, as chuvas intensas combinadas com temperaturas amenas favoreceram o aparecimento de míldio, o que reduziu significativamente o número e o peso das uvas. Já no verão, episódios de calor extremo provocaram queimaduras e desidratação dos cachos, agravando as perdas no campo.

O setor agrícola enfrenta, assim, um ano marcado por contrastes: menos quantidade, mas potencialmente mais qualidade no vinho. Esta tendência poderá ter impacto nos mercados, sobretudo na disponibilidade de produto, embora o INE não antecipe, nesta fase, efeitos diretos relevantes nos preços do vinho.

Embora o foco recaia sobre a vitivinicultura, outras produções agrícolas também apresentam variações significativas. A produção de azeite deverá diminuir perto de 10% em 2025, refletindo a quebra na colheita de azeitona, ainda que a qualidade esperada seja positiva. Já a produção de cereais enfrenta igualmente um recuo expressivo, penalizada por condições climáticas desfavoráveis ao longo do ano.

No caso do vinho, porém, o ano de 2025 deverá ficar marcado como um exemplo claro de como as alterações climáticas continuam a influenciar profundamente a agricultura nacional, obrigando produtores a lidar com menores volumes, mas também a apostar cada vez mais na diferenciação pela qualidade.

Jornalista: Vitória Botelho

Foto: DR

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