Um projeto de restauro ecológico no concelho de Boticas, no coração da região do Barroso, devolveu vida a 80 hectares de terreno e beneficiou diretamente 65 agricultores e mais de dois mil animais. A iniciativa, que decorreu ao longo de três anos, foi desenvolvida em parceria pela Bel Portugal, a WWF Portugal e a Cooperativa Agro Rural de Boticas (CAPOLIB), representando um investimento total de 360 mil euros.

O projeto, inicialmente pensado para abranger 60 hectares, superou as metas previstas graças a uma gestão eficiente e ao envolvimento das comunidades locais. As intervenções concentraram-se na regeneração natural da floresta, na criação de novas pastagens e na recuperação da biodiversidade, devolvendo produtividade e equilíbrio ambiental a áreas anteriormente degradadas.

Segundo Paula Amaral, responsável de Sustentabilidade da Bel Portugal, “a transformação da alimentação começa no solo, e só é possível com práticas agrícolas regenerativas e sustentáveis, feitas em parceria com quem vive da terra”. A gestora destaca que o trabalho conjunto entre empresas, organizações e agricultores permitiu alcançar resultados concretos no terreno, com impacto ambiental e social positivo.

Entre os principais resultados, contam-se a melhoria das condições de pastoreio e a valorização de terrenos agrícolas abandonados, o que beneficiou cerca de 2.100 animais. A recuperação de habitats naturais favoreceu o regresso de espécies protegidas, como a rola-brava e a águia-caçadeira, além do registo de corços, coelhos-bravos e até do lobo-ibérico. Também foram observadas várias espécies de anfíbios, répteis e plantas endémicas, reforçando a riqueza natural da região.

Vasco Silva, coordenador de Florestas da WWF Portugal, sublinha que o projeto “promoveu a multifuncionalidade da paisagem, trouxe benefícios diretos para os agricultores e contribuiu para a continuidade das práticas económicas e culturais tradicionais do Barroso”. O responsável destaca ainda que a gestão sustentável do território ajuda a aumentar a resiliência da região face aos incêndios florestais.

Para Ângelo Teixeira, da CAPOLIB, o projeto “transformou áreas improdutivas em recursos valiosos para a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos agricultores e fortalecendo o orgulho num território com um património natural e cultural únicos”.

A iniciativa teve também impacto na proteção de espécies nativas e polinizadores, como as abelhas produtoras do mel de urze do Barroso. A regeneração natural de espécies autóctones, como o pinheiro-bravo e o carvalho, foi essencial para consolidar uma floresta mais resistente e diversificada.

Embora o projeto tenha chegado ao fim, o seu legado permanece. Boticas ganha agora um território mais resiliente, com ecossistemas revitalizados e comunidades agrícolas mais sustentáveis.

Jornalista: Vitória Botelho

Fotos: Agency Scope

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