A comissão política concelhia do PSD de Mirandela demarca-se da estratégia adotada por Sílvio Santos, cabeça de lista dos social-democratas à Assembleia de Freguesia de Mirandela, nas autárquicas de 26 de Setembro, no processo de instalação daquele órgão autárquico.

Recorde-se que do ato eleitoral resultou a eleição do cabeça de lista do PS, Luís Soares, mas os socialistas não obtiveram a maioria, conseguindo eleger 6 mandatos contra 7 da oposição, 5 do PSD e 2 do CDS.

Na segunda reunião para a instalação dos órgãos, a lista proposta pelo presidente da junta, apenas com membros do PS, foi aprovada com 7 votos a favor e 6 contra, enquanto na assembleia de freguesia veio a ser eleito Sílvio Santos como presidente, e mais dois membros do PSD ficaram como secretários.

Na altura, a concelhia do CDS de Mirandela veio a público acusar Sílvio Santos de desrespeitar um acordo que o próprio teria proposto aos dois elementos do CDS, eleitos para aquela assembleia de freguesia, de não viabilizar um executivo que não integrasse pelo menos dois membros do PSD e um do CDS. 

Os centristas sentiram-se traídos, alegando que a moeda de troca foi eleger Sílvio Santos e mais dois elementos do PSD para a liderança da mesa da Assembleia de Freguesia.

Agora, no programa “Politicamente Falando” na Terra Quente FM, Luís Pereira, membro da concelhia do PSD, vem dizer que em todo este processo, “a comissão política concelhia não foi ouvida nem achada em todo o processo. Inclusivamente, o cidadão que encabeçou a lista do PSD à Junta de freguesia, foi convidado para uma reunião da concelhia, na qual não participou, por indisponibilidade naquele momento, pelo que o assunto não foi discutido politicamente e também não foi discutido, de forma oficiosa, junto daqueles que representam a comissão política, nem do seu presidente, nem dos vice-presidentes nem nenhum dos seus elementos. 

Luís Pereira acrescenta: “aquilo que sabemos, é pelos representantes do PSD que foram eleitos e nos fizeram chegar as incidências deste processo. Obviamente, que se havia acordos, entendo a posição do CDS em censurar estas atitudes que não vinculam em nada o PSD. Foram tomadas sem qualquer consulta prévia ou discussão junto do órgão concelhio do PSD”, afirma.

Luís Pereira adianta mesmo que os restantes elementos do PSD eleitos para a Assembleia de Freguesia também não terão ficado muito agradados com esta atuação de Sílvio Santos. “Muito frequentemente, os eleitos gostam de utilizar os partidos para se propor a eleições, e depois quando as eleições se concluem, muitas vezes dizem que foram eles próprios que foram eleitos”,, adianta Luís Pereira, para quem “esta postura não caiu bem na maior parte dos eleitos do PSD, tanto que uma dessas pessoas acabou por renunciar ao seu mandato e era inclusivamente secretária da mesa da Assembleia de Freguesia”.

De facto, na semana passada, Marlene Batista, que tinha sido eleita como uma das secretárias da mesa da Assembleia de Freguesia, apresentou a sua carta de renúncia, mas, já esta semana, outro membro do PSD, Nuno Santa Comba, também renunciou ao seu mandato. 

Sendo assim, na próxima assembleia de freguesia terá de ser eleito um novo secretário, sendo que o PSD terá dois novos elementos da lista em substituição dos dois que pediram a renúncia.

Jornalista: Fernando Pires 

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