IV Encontro da Convergência Ecológica e Ambiental vai discutir a “Transição Energética? Sim, mas a que custo?” nos dias 14 e 15 de outubro, no Parque Ibérico de Natureza e Aventura – PINTA, em Vimioso.

“A transição energética é necessária para fazer face aos desafios e riscos ambientais impostos pelas alterações climáticas, mas a que custo está a ser feita? E em benefício de quem?”, questiona a organização, que pretende levar estas dúvidas até ao encontro, que irá envolver associações, movimentos e grupos informais de proteção ambiental de todo o país.

Segundo a Palombar, as fontes energéticas alternativas aos combustíveis fósseis são essenciais para assegurar a transição energética, mas, nos últimos anos, a sua proliferação acelerada, com consequências negativas diretas no coberto vegetal e impactos nos ecossistemas e paisagem, tem levantado questões sobre a real contribuição da energia renovável para a mitigação das alterações climáticas. Urge, por isso, debater esta questão incontornável e definir linhas de ação que assegurem uma transição energética que beneficie de forma efetiva o meio ambiente e a sociedade.

“O Plano Nacional de Energia e Clima estabelece como meta atingir 9GW de potência solar até 2030, dos quais 7 GW em solar centralizado e apenas 2 GW em solar descentralizado. O foco deveria ser a potência solar descentralizada, em telhados e comunidades de energia. Além de salvaguardar os ecossistemas, é a opção mais democrática e energeticamente eficiente. Por outro lado, estima-se que a área ocupada com estas instalações poderá superar os 10 mil hectares, com elevado risco de comprometer o património natural, cultural e a paisagem. Torna-se assim imprescindível a descentralização e, em todos os outros casos, a seleção de locais adequados e com baixo impacto ecológico para a instalação dos parques solares. A que custo se atingirão as metas do Acordo de Paris e do Estado português?”, realça Pedro Alves, biólogo da Palombar.

O Encontro integra apresentações e sessões de debate sobre a temática em questão, saída de campo a uma central solar em construção, espaço de mostra associativa e discussão sobre o futuro da Carta de Famalicão. O programa é diversificado e inclui também temas relacionados com os rios, biodiversidade, alimentação, património natural, áreas protegidas, solos, entre outros.

Enquadrado neste evento e no debate de ideias que nele se vai gerar, pretende-se que a Carta de Famalicão reflita uma posição comum dos diversos atores ligados à proteção do ambiente sobre uma transição sustentável da energia fóssil para a energia renovável.

“Num mundo em que a produção de energia é uma das grandes contribuidoras para a aceleração das alterações climáticas, o debate, a consciencialização e a divulgação dos impactos e também das alternativas possíveis mais sustentáveis e mais justas torna-se indispensável. Assim como, que as decisões tomadas reflitam a vontade dos cidadãos de um país. A Carta de Famalicão pretende ser tudo isto, que a contribuição de todos e de cada um conte e que juntos nos façamos ouvir”, afirma Joana Silva, vice-presidente da Associação dos Amigos do Mindelo para a Defesa do Ambiente.

A sessão é organizada pela Associação dos Amigos do Mindelo para a Defesa do Ambiente, pela Associação Portuguesa de Turismo Sustentável e pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural. Este evento está enquadrado na iniciativa Carta de Famalicão.

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