A Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) está a implementar, no distrito de Bragança, um projeto integrado de reabilitação respiratória em utentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

A iniciativa decorrerá em ambulatório, nos Centros de Saúde, com seguimento no domicílio, abrangendo, anualmente, cerca de 450 doentes com DPOC, em todos os concelhos do distrito brigantino.

“Cada doente terá uma sessão de reabilitação respiratória três vezes por semana, num total de 36 sessões, a realizar por enfermeiros especialistas em Enfermagem de Reabilitação dos Cuidados de Saúde Primários da ULSNE”, refere a própria insituição, em comunicado.

Ao longo das sessões serão desenvolvidos planos de exercício físico (essencial à reabilitação), ensinar aos doentes sobre fatores ligados à DPOC, controlo dos fatores de risco e também aplicação de técnicas de reeducação funcional respiratória e de treino intensivo de inaloterapia. Mas a mesma nota refere que poderá ser facultado um plano personalizado para o doente, a implementar no domicílio.

No final da intervenção será dado ao doente um plano de manutenção que o próprio deverá continuar a realizar em casa. Nesta fase, “será efetuado acompanhamento telefónico quinzenal, para incentivo da continuidade do programa, esclarecimento de dúvidas e realizada mensalmente uma visita domiciliária de seguimento”, explica.

A equipa de especialistas em enfermagem de reabilitação atuará de acordo com protocolos pré-definidos de intervenção e de avaliação, tendo por base as orientações técnicas específicas para doentes com DPOC, garantindo assim que todos os procedimentos são executados da mesma forma. Ou seja, a prescrição do exercício e a sua progressão serão personalizados, mas sempre de acordo com os protocolos estabelecidos para este programa de reabilitação respiratória.

De acordo com a ULSNE, a DPOC “é uma doença respiratória crónica, progressiva, altamente prevalente, incapacitante e com um elevado peso económico e social. No entanto, a intervenção multidisciplinar através da reabilitação respiratória possibilita a diminuição da utilização de recursos de saúde (menos internamentos e de menor duração), o alívio dos sintomas e uma melhoria na recuperação após episódios de agravamento dos mesmos, aumento da capacidade de autocontrolo da doença, redução da ansiedade e depressão e melhorias evidentes na capacidade de exercício e na qualidade de vida.”

O projeto é financiado pela Fundação EDP, no âmbito do Programa EDP Solidária – Saúde e conta com a parceria da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), para depois ser desenvolvimento um estudo, interligando a prática clínica e
a investigação científica em Saúde.

A implementação do programa de reabilitação respiratória em doentes com DPOC pretende avaliar o impacto desta intervenção na redução dos sintomas, no desempenho das atividades de vida diária e na perceção do doente.

Jornalista: Rita Teixeira

Foto: Getty Images

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