O Conselho Regional de Viticultores da Casa do Douro aprovou ontem, por unanimidade, o lançamento de uma petição pública a exigir ao Governo a implementação urgente de medidas de apoio à viticultura duriense. A iniciativa visa responder aos crescentes desafios que afetam o setor e reforçar a aplicação integral da legislação que restaurou a Casa do Douro como associação pública de inscrição obrigatória.
A petição, aprovada após a reunião na sede da Casa do Douro, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, irá circular por toda a Região Demarcada do Douro e é dirigida ao Ministério da Agricultura, ao restante Executivo e à Assembleia da República. Entre as principais reivindicações estão a melhoria na vindima de 2025, a proibição da entrada de vinho a granel na região, o apoio prioritário às adegas cooperativas e a criação de mecanismos eficazes para escoar a produção excedente.
A proposta inclui também a ativação da destilação de crise para os vinhos de 2024, a criação de uma aguardente regional com incorporação obrigatória no vinho do Porto, bem como medidas para limitar a necessidade de colheita em verde. Os viticultores pedem ainda a transferência da gestão do património da Casa do Douro para a própria instituição e a implementação de um programa de aquisição de stocks de vinho do Porto.
A Casa do Douro, restaurada em janeiro de 2024, considera que o atraso na aplicação da legislação compromete a sua capacidade de atuação. A petição apela à ação imediata, alertando para o risco de uma terceira vindima consecutiva marcada por dificuldades no escoamento das uvas e pela pressão sobre os preços pagos aos produtores.
A iniciativa reforça a importância dos pequenos viticultores na preservação do Douro como Património Mundial e defende que a sua continuidade deve ser assegurada com medidas concretas e eficazes.
Jornalista: Vitória Botelho