Os “Factos vistos à Lupa” por André Pinção Lucas e Juliano Ventura – Uma parceria do Canal N com o Instituto +Liberdade
A economia da Zona Euro já foi do mesmo tamanho que a dos EUA, mas perdeu terreno nos últimos 15 anos. Em 2008, o PIB da Zona Euro e o dos Estados Unidos eram praticamente idênticos, no entanto, em 2023, a economia americana já tinha uma dimensão 43% superior à da Zona Euro.
O PIB nominal na Zona Euro cresceu de 9,7 para 14,5 biliões € (+49%), contudo, grande parte desse crescimento deveu-se à inflação (crescimento real de apenas 15%). Por outro lado, o ainda mais acelerado crescimento do PIB nominal nos EUA, de 10,0 biliões €, em 2008, para 25,6 biliões € em 2023 (+156%) – também devido à inflação, mas com um maior crescimento real (+35%) – e o enfraquecimento do euro face ao dólar (de 1,47$ por cada euro, em 2008, para 1,08$ por cada euro, em 2023), fizeram com que a diferença entre a dimensão das economias disparasse. Convertendo para dólares, o PIB da Zona Euro passou de 14,3 biliões $ para 15,7 biliões $, enquanto o dos EUA disparou de 14,8 biliões $ para 27,7 biliões $.
A Europa tem perdido o comboio da competitividade. Um bom exemplo é na área da inovação e da Inteligência Artificial (IA). Os EUA são o país que, por larga margem, mais tem explorado esta área e leva já um avanço muito significativo sobre o resto do mundo, seja ao nível dos avanços tecnológicos ou da adoção da IA no contexto empresarial. Algo que mostra bem o domínio dos EUA nesta área, é a lista das 50 startups de IA mais promissoras do mundo, elaborada pela Forbes. Neste top, 78% das empresas têm sede nos EUA, 12% em países da UE, 4% no Reino Unido, 4% no Canadá e 2% na Austrália. A Europa não tem sido capaz de competir com os EUA nesta corrida. Entre estas 50 startups, as oito que mais financiamento receberam desde a sua fundação, estão sediadas nos EUA, sendo o top 10 completado por uma startup da UE e uma startup do Canadá.
Esta Europa adormecida num contexto internacional cada vez mais desafiante tem perdido preponderância, o que se reflete nos indicadores económicos e de bem-estar económico das sociedades europeias.
