O incêndio que deflagrou no domingo, 17 de agosto, em Mirandela e que rapidamente se estendeu aos concelhos de Vila Flor e Alfândega da Fé foi dado como dominado “pelas 10h40 desta quarta-feira”, 20 de agosto, segundo o Comandante Distrital da Proteção Civil de Bragança, Noel Afonso. As chamas “não atingiram nenhuma casa”, mas provocaram elevados prejuízos agrícolas e florestais. Estima-se que “a área afetada rondará os seis mil héctares”, contudo “ainda não se encontra totalmente contabilizada”.
Na terça-feira, dia 19 de agosto, o incêndio chegou a ter duas frentes ativas, uma em Vale Frechoso, Vila Flor, que obrigou ao confinamento da aldeia, e outra em Valverde, Alfândega da Fé, que avançou até à localidade de Eucísia. O vento forte dificultou o combate, mas o apaziguar do tempo durante o período noturno permitiu a progressão das operações, que levaram agora ao domínio das chamas, tal como atualizado às 10h42 no portal de ocorrências.
Além dos danos relatados, o balanço humano é igualmente trágico. Um homem de 65 anos morreu esta quarta-feira, 20 de agosto, em Freixeda, Mirandela, após um acidente com uma máquina de rasto enquanto decorria o fogo, e um bombeiro sofreu ferimentos ligeiros, tendo sido transportado para o hospital de Mirandela. Segundo declarações do Comandante Distrital da Proteção Civil de Bragança, Noel Afonso ao Canal N:
“O acidente ocorreu com um dos operadores de uma máquina que estava a operar no incêndio, de uma empresa prestadora de serviços contratada pela Câmara de Mirandela, e por alguma razão o operador da máquina saiu da máquina, e por alguma razão ainda por apurar, a própria máquina acabou por atropelá-lo, por passar por cima do operador, que foi colhido nessa circunstância pela própria máquina” descreveu Noel Afonso. Segundo o Comandante “não há feridos a registar”, dando nota apenas de “uma profissional com uma queda, com uma deslocação no ombro e não mais que isso”.
No terreno permanecem ainda 308 operacionais, apoiados por 105 viaturas e um meio aéreo, dedicados “aos trabalhos de rescaldo e de vigilância” para evitar reativações.
Jornalista: Vitória Botelho
Foto: DR