Artigo escrito por Daniela Azevedo, Enfermeira na ULSTMAD, membro da APSAT (Associação de Profissionais de Saúde do Alto Tâmega)
Descobrir que se tem uma arritmia cardíaca tem um alto impacto na vida de uma pessoa
causando preocupações e muitas dúvidas. No entanto, é importante salientar-mos que apesar
deste diagnóstico podemos usufruir uma vida normal tendo o acompanhamento médico
necessário e com alguns pequenos ajustes no dia a dia.
As arritmias podem ser causadas por uma variedade de fatores, desde condições cardíacas
pré-existentes ou até hábitos de vida ou fatores temporários. Entender as possíveis causas
ajuda a identificar o que esta por trás do problema e como prevenir novas ocorrências.
Problemas como a insuficiência cardíaca, enfarte agudo do miocárdio, doenças das válvulas
cardíacas ou cardiomiopatias (doenças do musculo cardíaco) estão entre as principais causas
de arritmias. Nestas situações, o funcionamento adequado do coração é alterado, afetando a
frequência cardíaca (batimentos cardíacos).
Substâncias como o potássio, cálcio e magnésio são essenciais para o funcionamento elétrico
do coração. Quando estes eletrólitos estão em níveis muito baixos ou muito altos no sangue,
podem desencadear arritmias. Problemas na tiroide (distúrbios hormonais) como o
hipertiroidismo e hipotiroidismo também podem causar alterações no ritmo cardíaco.
Nem todas as arritmias causam sintomas. Em muitos casos, o diagnóstico só é feito através de
exames de rotina. No entanto, quando os sintomas aparecem estes podem apresentar-se de
uma forma mais ligeira ou mais intensa dependendo do tipo de arritmia. Os sintomas mais
comuns passam por apresentação de palpitações, uma sensação que o coração bate mais forte
e mais rápido. As frequências cardíacas mais lentas, outro tipo de arritmia em que o sangue
pode não circular adequadamente até ao cérebro , provocando tonturas , visão turva ou até
desmaios (síncope).O cansaço excessivo e falta de ar são outros dos sintomas mais comuns
pois o ritmo anormal do coração pode não bombear o sangue de forma eficiente , o que leva a
uma sensação de fadiga constante , mesmo em atividades mais leves .A dor no peito, embora
menos comum, pode estar presente em algumas arritmias principalmente se estiverem
associadas a outras condições cardíacas como a angina ou enfarte agudo do miocárdio.
O diagnóstico deste tipo de patologias é feito, sempre com um conjunto de exames
complementares de diagnóstico e avaliação clínica por um cardiologista. Há um conjunto de
exames que de forma relativamente simples podem ajudar no diagnóstico, entre estes
podemos encontrar o eletrocardiograma, um holter e o ecocardiograma.
Existem diversos tipos de arritmia, e cada um possui características, causas e riscos diferentes.
Nem todas põem em risco a vida, mas outras podem levar a complicações mais sérias como
AVC ou mesmo a paragem cardiorrespiratória. Por isso entender o tipo específico de arritmia é
fundamental para definir o tratamento.
O tratamento da arritmia depende do tipo, da causa, da gravidade e da presença, ou não, de
sintomas. Em alguns casos, não é necessário nenhum tratamento, apenas acompanhamento.
Em outros, pode ser preciso o uso de medicamentos, procedimentos mais invasivos ou até de
implantes de dispositivos cardíacos.
Para casos menos graves ou arritmias desencadeadas por fatores externos, como o stress, a
cafeina e o uso de tabaco, mudanças de hábitos podem ser suficientes.Ter uma arritmia pode assustar no momento do diagnóstico, mas com a informação correta,
acompanhamento médico e cuidados adequados, é totalmente possível manter uma vida
normal e saudável. Identificar os sintomas, entender as causas, seguir o tratamento
recomendado e adotar hábitos de vida saudável são passos fundamentais para controlar o
ritmo cardíaco e garantir o bem-estar.
Seja responsável pela sua saúde, esteja atento aos sinais do seu corpo e não hesite em
procurara ajuda quando necessário. Com atenção e cuidados é possivel viver com confiança e
qualidade de vida.















