O presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), Pedro Lima, manifestou esta sexta-feira o seu repúdio face à eventual redução da distribuição de jornais no distrito de Bragança, defendendo, contudo, estar confiante de que o Governo não permitirá que a medida avance.

Em causa está a intenção da Vasp, empresa responsável pela distribuição de imprensa, que anunciou estar a avaliar ajustamentos na distribuição diária de jornais em vários distritos do Interior — Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança. A empresa justifica esta possibilidade com a atual situação financeira “particularmente exigente”, resultante da quebra continuada nas vendas de imprensa e do aumento significativo dos custos operacionais.
Apesar do crescimento dos meios digitais, Pedro Lima considera que o acesso à informação em papel continua a ser essencial, sobretudo nos territórios do Interior. “Os meios digitais estão a ganhar terreno, é verdade, mas ninguém pode ser deixado para trás. Enquanto existirem órgãos de comunicação social em papel, o jornal tem de chegar a todos”, afirmou em declarações à agência Lusa.
O também presidente da Câmara Municipal de Vila Flor rejeita qualquer lógica de tratamento desigual entre regiões. “Nós não podemos ser cidadãos de segunda. Se existe distribuição, se existem carreiras de ligação, tem de existir também aqui esse cuidado. Mesmo que houvesse apenas um leitor, a distribuição tem de chegar com a mesma qualidade e a mesma transparência”, sublinhou.
Pedro Lima destacou ainda que o distrito de Bragança poderá ser, em termos percentuais, um dos que concentra mais leitores de imprensa em papel, realidade profundamente ligada às características demográficas da região. “Esta é também uma questão de coesão territorial. Somos um território envelhecido, mais do que o Litoral, e isso influencia os hábitos de consumo. Os meios digitais estão a avançar, mas ainda existe uma forte ligação ao jornal impresso”, explicou.
Apesar das preocupações, o presidente da CIM-TTM acredita que o Governo acabará por travar qualquer redução na distribuição. Como exemplo, recordou as recentes declarações de Hugo Soares, representante parlamentar do PSD, que garantiu que não será aceite nenhuma solução que coloque em causa a distribuição de jornais em 100% do território nacional.
Este não é, contudo, um problema novo. Em 2024, a Vasp já tinha anunciado a intenção de suspender a distribuição em vários concelhos do país, entre os quais Vimioso, também integrado na Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes.
Perante esse cenário, em outubro de 2024, o Governo celebrou um acordo com a Vasp e anunciou o lançamento de um concurso público para assegurar a continuidade do serviço de distribuição de imprensa. No entanto, em fevereiro deste ano, o respetivo concurso ainda se encontrava em fase de finalização.
A eventual redução da distribuição volta agora a gerar apreensão entre autarcas e populações do Interior, que alertam para os riscos de agravamento das desigualdades no acesso à informação e para mais um fator de fragilização da coesão territorial.

A Redação com Lusa
Foto: DR

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