É dezembro, último mês do calendário Gregoriano. Quando reflito sobre este mês, todos os meus pensamentos voam diretamente para a época natalícia, juntamente com as memórias de infância sobre o Natal. 

A narrativa tradicional do Natal, contada no Novo Testamento e conhecida como o Nascimento de Jesus, diz que Jesus nasceu em Belém, de acordo com as profecias messiânicas. Quando José e Maria chegaram à cidade, a hospedaria estava lotada, então ofereceram-lhes um estábulo onde o Menino Jesus nasceu, com anjos proclamando a notícia aos pastores, que então a espalharam.

Enquadrada a época natalícia… gostaria de contar como eu, profissional de saúde a encaro. A partir dos meus 21 anos, momento que ingressei na minha carreira profissional, toda uma batalha de gestão de turnos, família, profissão começou a ser travada. Nós, profissionais de 1ª linha, em regime de trabalho por turnos, vivemos e obrigamos as nossas famílias a viverem as épocas festivas de um modo diferente, cada um à sua maneira, mas diferente!

Na véspera de Natal sente-se o frenesim das pessoas, no ar acompanhado pelas músicas natalícias pelas ruas das cidades, centros comerciais, na rádio do carro. Parece que dia 24 é ilimitado no tempo para as últimas (ou primeiras para alguns) compras de Natal, na televisão passam anúncios atrás de anúncios, dos melhores presentes deste ano, sem esquecer que tarde de Natal terá lugar uma qualquer das versões do filme “Sozinho em Casa”. 

Nós profissionais de saúde, também vivemos esse espírito, mas já a pensar qual o turno que este ano nos irá “calhar”. Vou falar especificamente do turno da tarde de 24 de dezembro (com início às 15 horas até 22.30 horas) num serviço de internamento hospitalar. Durante a manhã, anda-se na labuta das iguarias natalícias, já se combinou no serviço o que cada um pode levar, na esperança de haver um momento para o convívio entre a família de profissão. Almoçamos com a família de coração, à mesa serve-se uma verdadeira consoada. Mas, num apressar de horas, dirijo-me para o local de trabalho, pelo caminho observo muitas famílias a passear pelas ruas, filas na padaria à espera do melhor Bolo Rei, sacos de prendas, prendas, prendas… nas mãos.

É neste momento que aufere sentido a expressão “Saio de casa junto dos meus, para cuidar dos seus!” Visto o meu melhor traje para a noite de consoada (farda branca, com umas meias de Natal para manter o espírito natalício), substituímos os colegas que nos desejam um Bom Natal, com a felicidade de encontrar seus familiares e embrenharam-se na azafama que ainda se vive nas ruas.

Felizmente, agilizou-se a possibilidade de muitos doentes passarem a quadra com os seus familiares, alguns inevitavelmente tiveram de permanecer nas instalações hospitalares. É hora de jantar, fazem-se chamadas com a família, para quebrar as saudades e certificar-me que terei presentes de Natal. Temos um senhor, com prognóstico reservado, diagnosticado neste mês de Natal, a equipa ponderava que poderia ser o último Natal junto dos seus, mas a sua condição física não lhe permitia ir para o seu aconchego (estava ali retido como nós). Mas se ele não pode, porque não levar a família até ele? Assim fizemos, em concordância com a equipa e família, puderam consoar juntos, mas desta vez nas instalações do hospital. Efetivamente, foi o último Natal que passaram juntos.

Perante o turno atribulado, chegou a hora de reunir as nossas iguarias de Natal, e foi aí que se fez silêncio. Já passaram alguns anos, mas ainda hoje relembro o sabor de um delicioso choux à la créme, que uma colega partilhou… aconchegou o nosso corpo, palato e alma!

Não havia presentes, não havia músicas de Natal, apenas sons de monitores, campainhas… tão característicos do ambiente hospitalar. Mas, estávamos unidos, a família de profissão a celebrar a noite de Natal.

A título de curiosidade, a palavra Natal do português já foi nātālis no latim, derivada do verbo nāscor(nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer. De nātālis do latim, evoluíram também natale do italiano, noël do francês, nadal do catalão, Natal do castelhano, sendo que a palavra Nataldo castelhano foi progressivamente substituída por navidad,

Por isso, desejo BOM NATAL a todos!

E, não se esqueçam: SABER MAIS CONTA!

                Artigo escrito por Sofia Bernardino, enfermeira da ULSTMAD, 

                 membro da APSAT (Associação de Profissionais de Saúde do Alto Tâmega)

“Choux à lá Crème” numa noite de Natal

É dezembro, último mês do calendário Gregoriano. Quando reflito sobre este mês, todos os meus pensamentos voam diretamente para a época natalícia, juntamente com as memórias de infância sobre o Natal. 

A narrativa tradicional do Natal, contada no Novo Testamento e conhecida como o Nascimento de Jesus, diz que Jesus nasceu em Belém, de acordo com as profecias messiânicas. Quando José e Maria chegaram à cidade, a hospedaria estava lotada, então ofereceram-lhes um estábulo onde o Menino Jesus nasceu, com anjos proclamando a notícia aos pastores, que então a espalharam.

Enquadrada a época natalícia… gostaria de contar como eu, profissional de saúde a encaro. A partir dos meus 21 anos, momento que ingressei na minha carreira profissional, toda uma batalha de gestão de turnos, família, profissão começou a ser travada. Nós, profissionais de 1ª linha, em regime de trabalho por turnos, vivemos e obrigamos as nossas famílias a viverem as épocas festivas de um modo diferente, cada um à sua maneira, mas diferente!

Na véspera de Natal sente-se o frenesim das pessoas, no ar acompanhado pelas músicas natalícias pelas ruas das cidades, centros comerciais, na rádio do carro. Parece que dia 24 é ilimitado no tempo para as últimas (ou primeiras para alguns) compras de Natal, na televisão passam anúncios atrás de anúncios, dos melhores presentes deste ano, sem esquecer que tarde de Natal terá lugar uma qualquer das versões do filme “Sozinho em Casa”. 

Nós profissionais de saúde, também vivemos esse espírito, mas já a pensar qual o turno que este ano nos irá “calhar”. Vou falar especificamente do turno da tarde de 24 de dezembro (com início às 15 horas até 22.30 horas) num serviço de internamento hospitalar. Durante a manhã, anda-se na labuta das iguarias natalícias, já se combinou no serviço o que cada um pode levar, na esperança de haver um momento para o convívio entre a família de profissão. Almoçamos com a família de coração, à mesa serve-se uma verdadeira consoada. Mas, num apressar de horas, dirijo-me para o local de trabalho, pelo caminho observo muitas famílias a passear pelas ruas, filas na padaria à espera do melhor Bolo Rei, sacos de prendas, prendas, prendas… nas mãos.

É neste momento que aufere sentido a expressão “Saio de casa junto dos meus, para cuidar dos seus!” Visto o meu melhor traje para a noite de consoada (farda branca, com umas meias de Natal para manter o espírito natalício), substituímos os colegas que nos desejam um Bom Natal, com a felicidade de encontrar seus familiares e embrenharam-se na azafama que ainda se vive nas ruas.

Felizmente, agilizou-se a possibilidade de muitos doentes passarem a quadra com os seus familiares, alguns inevitavelmente tiveram de permanecer nas instalações hospitalares. É hora de jantar, fazem-se chamadas com a família, para quebrar as saudades e certificar-me que terei presentes de Natal. Temos um senhor, com prognóstico reservado, diagnosticado neste mês de Natal, a equipa ponderava que poderia ser o último Natal junto dos seus, mas a sua condição física não lhe permitia ir para o seu aconchego (estava ali retido como nós). Mas se ele não pode, porque não levar a família até ele? Assim fizemos, em concordância com a equipa e família, puderam consoar juntos, mas desta vez nas instalações do hospital. Efetivamente, foi o último Natal que passaram juntos.

Perante o turno atribulado, chegou a hora de reunir as nossas iguarias de Natal, e foi aí que se fez silêncio. Já passaram alguns anos, mas ainda hoje relembro o sabor de um delicioso choux à la créme, que uma colega partilhou… aconchegou o nosso corpo, palato e alma!

Não havia presentes, não havia músicas de Natal, apenas sons de monitores, campainhas… tão característicos do ambiente hospitalar. Mas, estávamos unidos, a família de profissão a celebrar a noite de Natal.

A título de curiosidade, a palavra Natal do português já foi nātālis no latim, derivada do verbo nāscor(nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer. De nātālis do latim, evoluíram também natale do italiano, noël do francês, nadal do catalão, Natal do castelhano, sendo que a palavra Nataldo castelhano foi progressivamente substituída por navidad,

Por isso, desejo BOM NATAL a todos!

E, não se esqueçam: SABER MAIS CONTA!

                Artigo escrito por Sofia Bernardino, enfermeira da ULSTMAD, 

                 membro da APSAT (Associação de Profissionais de Saúde do Alto Tâmega)

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