Artigo de opinião escrito por Nuno Pires- direção do Estabelecimento Prisional de Bragança 

Às vezes acontece. Escrever semanalmente algo que nos transmita, a mim e aos leitores, qualquer coisa de agradável, ou nos referencie e identifique, para além de não ser tarefa fácil, implica alguma criatividade, imaginação, disposição e, sobretudo, motivação.

É que nem sempre surgem motivos suficientemente motivadores, que sustentem a escrita de um texto de agradável leitura e minimamente interessante. 

Naturalmente que será sempre alvo de variadíssimas leituras e outras tantas avaliações e considerações. Também neste contexto, tudo é muito relativo. Por inúmeras razões, claro.

Bom, mas não me ocorrendo mais nada, neste momento, entendi que será importante falar um pouco do futebol e dos valores inerentes que, no contexto atual, estão particularmente subjacentes.

Sendo, global e teoricamente, o desporto considerado uma referência de valores e desenvolvimento transversal da personalidade, no sentido positivo, também, consequentemente, o futebol o deveria ser. 

Assim sendo, nos contextos futebolísticos, onde convivem pessoas de tradições, culturas, formações e até de religiões diferentes, deveria tornar-se evidente a convivência e coexistência pacífica, sendo realçados os valores da paz, da aceitação do “outro” da tolerância e da concórdia. 

Porém, nos tempos que correm, não tenho dúvidas em afirmar que esses valores andam muito distorcidos, ou mesmo completamente arredados dos ambientes futebolísticos. Praticamente a todos os níveis. Infelizmente.

O futebol contemporâneo tornou-se numa indústria, onde se fala, sobretudo, dos triunfos de uns e das derrotas de outros. Luta-se, pela vitória, por diversos meios, tantas vezes fora dos campos, sem olhar aos princípios da ética e da lealdade desportiva e civilizacional. Mais importante que vencer é, com efeito, derrotar o opositor. 

A observação dos acontecimentos relacionados com o futebol, mesmo aos níveis mais amadores, permite-nos concluir que, se não for invertido o conceito e a forma como se vive a modalidade, num futuro próximo poderemos ir de mal a pior, perdendo-se a sua essência mais positiva.

As polémicas relacionadas com as arbitragens, os negócios, por vezes pouco transparentes, relacionados com transferências de atletas, transacionados como se de mercadorias se tratasse, bem como a rivalidade doentia, inacreditavelmente potenciada e alimentada por alguns dirigentes sem escrúpulos, acabam por transmitir ao futebol a imagem de um mundo onde a ideia e romantismo do amor à camisola já deu o que tinha a dar, com o espírito que esteve na génese da sua criação, por um estado agonizante a passar.

A paixão, a motivação, a identidade saudável e a simplicidade que deveria fazer do futebol um desporto de referência ao nível dos valores pessoais e sociais e virtudes educativas e formativas já não são hoje o que eram e, não obstante a evolução técnica, tática e cientifica que envolve a modalidade, o encantamento já não é o mesmo, para desencanto do amantes do futebol puro, com identidade e proximidade.

Se noutras áreas os tempos mudaram, também no futebol, as mudanças são evidentes. Mas nem todas para melhor. Infelizmente. 

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