O Tribunal de Bragança condenou hoje a 25 anos de prisão o casal acusado do brutal triplo homicídio ocorrido em Donai, em julho de 2022, um caso que abalou profundamente a comunidade transmontana.
Além da pena máxima prevista em cúmulo jurídico, os arguidos foram ainda condenados ao pagamento de 225 mil euros de indemnização à família das vítimas.
A leitura do acórdão, realizada no Tribunal de Bragança, confirmou como provados quase todos os factos constantes na acusação do Ministério Público, responsabilizando a mulher e o homem pelos crimes de homicídio qualificado, ofensa à integridade física grave e furto.
UMA SEQUÊNCIA DE VIOLÊNCIA EXTREMA
Os acontecimentos remontam a 9 de julho de 2022, quando, segundo o Ministério Público, o arguido entrou na casa de um casal residente em Donai. Armado com uma faca, atacou violentamente a proprietária, de 66 anos, desferindo-lhe 10 golpes na cara, no pescoço e no tórax. O companheiro da vítima foi igualmente ferido na sequência deste primeiro ataque.
A motivação inicial, segundo a acusação, estaria relacionada com desentendimentos sobre tráfico de droga, atividade à qual o filho do casal alegadamente se dedicaria e com quem a arguida mantinha um relacionamento extraconjugal.
Dias mais tarde, em 19 de julho, os dois arguidos regressaram à habitação com o propósito de eliminar vestígios do crime anterior e furtar droga que acreditavam estar no local. A segunda incursão terminou em nova tragédia, com o assassínio do homem, através de 24 golpes de arma branca, e do filho deste, atingido com 17 golpes.
DECISÃO QUE MARCA UM DOS CASOS MAIS GRAVES DOS ÚLTIMOS ANOS
O coletivo de juízes considerou a atuação do casal “particularmente cruel”, destacando a persistência criminosa e a violência exercida sobre as três vítimas. A frieza demonstrada na sequência dos crimes, o retorno ao local e o grau de brutalidade foram fatores decisivos para a aplicação da pena máxima.
A sentença hoje conhecida encerra um dos processos mais marcantes dos últimos anos no distrito de Bragança, que deixou uma aldeia inteira mergulhada em incredulidade e dor.
Com esta decisão, o Tribunal pretende, segundo ficou expresso no acórdão, afirmar a necessidade de defesa da comunidade e de censura firme de crimes que atentam de forma tão grave contra a vida humana.
A Redação com Lusa
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