A campanha autárquica em Paços, freguesia do concelho de Sabrosa, ficou marcada este domingo, 12 de outubro, por um episódio de tensão entre representantes do PS e do PSD. O caso foi denunciado pela candidatura social-democrata, liderada por Mário Varela, que acusa o atual presidente da Junta de Freguesia, Francisco Alves (PS), recandidato ao cargo, de alegadamente estar presente numa mesa de voto, o que é proibido por lei aos candidatos em exercício.
De acordo com a candidatura do PSD, a presença do autarca terá originado uma discussão, chegando inclusive a haver proximidade física entre Francisco Alves e um delegado do PSD, levando à intervenção da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Em declarações ao Canal N, fonte do Comando Territorial da GNR de Vila Real confirmou a deslocação de uma patrulha ao local.
“Efectivamente, a patrulha deslocou-se a essa mesa de voto e informou-me que não haveria qualquer situação anormal. Houve apenas um bate-boca entre dois elementos, salvo erro, que ficou sanada à chegada da patrulha, que informou que era uma ocorrência não confirmada (…) Depois de ouvir as partes envolvidas, comunicou que a ocorrência era não confirmada, que os ânimos estavam calmos e que não tinha havido qualquer agressão. Isso foi o comunicado à sala de situação” esclarece, negando rumores de alegadas agressões físicas, tendo havido apenas uma troca de palavras e empurrões.
Fonte da autarquia de Sabrosa, próxima do local, descreveu também a situação, reforçando que se tratou de uma “calorosa discussão”, tal como relatado pela GNR.
“A verdade é que houve, pelo que eu percebi, e a quem liguei, houve um desentendimento entre o Presidente da junta, ou seja o autarca e o e o delegado. Mas não houve socos, nem nada disso (…) Houve um encontrão enquanto estavam na discussão. A GNR disse que não houve socos e disse bem, que isso é mentira. Houve uma calorosa discussão” esclareceu.
A Freguesia de Paços, no concelho de Sabrosa, é atualmente presidida por Francisco Alves e tem a sua sede em Fermentões. A análise das eleições autárquicas desde 2013 mostra uma mudança gradual no equilíbrio político local. Em 2013, a lista vencedora obteve uma expressiva maioria de 66,67% dos votos, mantendo-se à frente em 2017 com 55,3%. Já em 2021, registou-se a maior taxa de participação (62,42%) e uma maior dispersão do voto, com o PS a vencer com 44,89% e quatro mandatos, seguido do PSD e do CDS-PP, que conquistaram dois e um mandato, respetivamente.
Apesar do episódio, as operações de voto decorreram sem interrupções e as autoridades garantem que não há motivos para alarme.
Jornalista: Vitória Botelho